Rio - Parecia uma viagem ao passado. Na véspera de um jogo decisivo, o time do Flamengo treina na Gávea e recebe o apoio da torcida. Como nos velhos tempos, quando não se podia deixar o Rubro-Negro chegar a uma fase decisiva de alguma competição impunemente. Nesta quarta, às 21h50, contra o Goiás, no Serra Dourada, o time do presente começa a tentar escrever um novo capítulo na história do clube, pela partida de ida da semifinal da Copa do Brasil, sem Felipe, que pode ficar fora da temporada, mas com o peso do manto sagrado a seu favor.
Cerca de 200 torcedores foram à Gávea, ontem, para assistir o último treino do Flamengo antes da viagem a Goiânia. O batuque lembrava a época em que o time mandava seus jogos na sede. Nesta noite, os 17% dos ingressos destinados aos rubro-negros impedem uma invasão. Chicão, no entanto, acredita que a Nação pode compensar no grito, para na partida de volta jogar junto do time.
“De repente esses 17% podem fazer a diferença”, disse o zagueiro, que ressaltou a importância do calor da torcida nesse momento decisivo:“Apoio é sempre bom, o jogo contra o Botafogo provou isso. Estamos vivendo um momento muito bom, muito bacana.”
A tristeza estava estampada apenas no semblante de Felipe. O goleiro foi submetido, na terça, a um exame de imagem no joelho esquerdo, que constatou lesão no menisco. Ele será submetido a uma cirurgia, ainda a ser marcada. O tempo médio de recuperação é de no mínimo quatro semanas, e o camisa 1 pode não jogar mais nesta temporada.
O médico José Luiz Runco, no entanto, mantém uma ponta de esperança: “Se conseguirmos operá-lo logo, pode ser que volte neste ano. Mas o primordial agora é tratar o joelho dele.”
Felipe deixou o vestiário chorando. Encontrou forças para distribuir alguns autógrafos, mas a decepção com a lesão que interrompe seu melhor momento na temporada era evidente.
O goleiro havia sentido um problema no joelho esquerdo na sexta-feira. Perguntado sobre a possibilidade de poupar o jogador, Jayme de Almeida deixou claro que a decisão seria do departamento médico. Sábado, Felipe foi reavaliado e liberado para o jogo de domingo, contra a Portuguesa. Na partida, deu um carrinho para evitar a saída de uma bola mal recuada por Amaral e se machucou no mesmo lugar.