Por pedro.logato

Rio - Somente um vexame do tamanho da história do Flamengo será capaz de tirar o Rubro-Negro da decisão do Carioca. Neste sábado, às 18h30, contra a Cabofriense, no Maracanã, o time pode até perder por dois gols de diferença que estará classificado. Mas o técnico Jayme de Almeida não admite salto alto. Ele quer ver a equipe jogar à vera para chegar a Guaiaquil embalada e arrancar pelo menos um ponto do Emelec. Léo Moura e André Santos estão fora da partida pela Libertadores. Nesta noite, o volante Recife deve ser testado na lateral direita.

Na esquerda, João Paulo está confirmado no lugar de André Santos. Mas a improvisação do outro lado pode não ser necessária no Equador. Jayme ainda nutre esperança de contar com Léo na quarta-feira. Elano treinará, hoje, e também tem chance de viajar com o grupo. O goleiro Felipe ressalta que não há tempo para chorar os desfalques.

Jayme vem tentando montar o Fla%2C mesmo com os desfalquesAndré Mourão / Agência O Dia

“É ruim isso. Mas não é a primeira vez e também não será a última que acontece. Não adianta a gente lamentar. Quem o Jayme colocar tem que entrar e suprir a ausência desses jogadores, que são referência no grupo. É uma pena, mas futebol é assim”, afirmou o camisa 1.

Jayme descarta improvisar Paulinho na lateral. Além de Recife, o treinador tem a opção de escalar Chicão no setor, atuando como falso terceiro zagueiro. Digão e Luiz Antonio seriam alternativas, mas, como não estão inscritos na Libertadores, foram preteridos.

A missão do Flamengo na competição sul-americana ganhou ares de drama, já que o time não pode mais perder. O Rubro-Negro, porém, tem pela frente um time equatoriano e outro mexicano, em casa. Hoje, o futebol brasileiro não tem mais a autoridade de outros tempos, mas, para Felipe, o único carioca campeão do mundo pode se impor.

"Virou uma cultura. Cria-se um problema maior do que é na Libertadores. Como a altitude. É ruim, mas às vezes o bicho não é tão feio quanto parece”, disse o goleiro, que pede menos cautela nos confrontos contra estrangeiros:

“Os brasileiros respeitam muito, principalmente as equipes argentinas, mas acho que podemos jogar de igual para igual, como contra qualquer clube brasileiro. Precisamos exorcizar esse fantasma. Eles vêm e jogam como se estivessem em casa.”

Fé no Brocador

Hernane ainda não engrenou em 2014. Dos 12 jogos que disputou, passou nove em branco e fez apenas seis gols. Há quatro partidas que o camisa 9 não justifica o apelido de Brocador. Alecsandro, por outro lado, marcou 10 vezes em 14 oportunidades que recebeu do treinador. Ele não balançou as redes em oito compromissos.

Mesmo assim, Hernane tem crédito. Tanto Jayme de Almeida como os jogadores dizem confiar no artilheiro do Brasil em 2013, com 36 gols.

“No ano passado, o Hernane começou assim também, foi para o banco, o Moreno entrou, mas ele (Hernane) acabou o ano como artilheiro do Brasil. Os que o criticavam no final tiveram que aplaudi-lo. Ele não precisa mais provar nada a ninguém. Daqui a pouco ele faz quatro, cinco gols, e isso acaba”, acredita o goleiro Felipe.

'Em aberto'

Como bom zagueiro que foi, Jayme de Almeida dá de bico no clima de “já ganhou”. Para o treinador, se o Flamengo sentar em cima da vantagem que construiu na quarta-feira pode abrir brecha para uma reviravolta:

“Temos que entrar atentos. O sucesso tem que vir com seriedade e respeito. Não estamos classificados, temos mais 90 minutos para jogar. A Cabofriense não chegou à semifinal por acaso. Temos que ter humidade. O nosso time não é a oitava maravilha do mundo, mas conquistamos as coisas sempre com trabalho.”

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