Rio - Se o pressionado Ney Franco ganhou uma sobrevida até o clássico com o Botafogo, André Santos, Elano e Erazo não fazem mais parte dos planos e terão seus contratos rescindidos pelo Flamengo. Com a decisão, a diretoria acata o pedido de correntes que a apoiam, mas não estanca a crise dentro do clube.
Perdido dentro e fora de campo, o Rubro-Negro tinha planos de rescindir com André Santos na paralisação para a Copa, mas resolveu segurá-lo. Após dois jogos a decisão, baseada na parte técnica e disciplinar, foi tomada, mas o timing (dois dias depois de torcedores de uma organizada agredirem o jogador no Beira-Rio) se mostrou mais um erro da atual diretoria.
Para completar a confusão, durante todo o dia, o Flamengo negou a rescisão de André Santos porque não houve assinatura do distrato. Apesar de o próprio lateral dizer que foi comunicado da decisão, o Flamengo soltou nota oficial para desmenti-lo. Horas antes, o diretor executivo, Felipe Ximenes, já havia negado.
“Não tenho essa informação (sobre a rescisão), o Flamengo não tem nenhuma posição quanto a isso. Estamos conversando e quero conversar mais para definir a situação dele”, disse Ximenes.
Logo depois da negativa do diretor, a assessoria de imprensa de André Santos, que no dia anterior disse que ele iria cumprir o contrato até o fim, em junho de 2015, confirmou a opção pela rescisão.
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“Cheguei para trabalhar e recebi um comunicado do diretor executivo de que meu contrato seria rescindido... Inclusive, depois da agressão, o próprio clube me ligou perguntando se eu estava bem e tranquilo, soltou uma nota ao meu favor. Olha, eu fiquei muito surpreso. Joguei a maioria das partidas, ganhei títulos e inclusive 'apanhei' pelo clube, dei o sangue. Fiquei muito chateado, cheguei a chorar”, declarou André Santos, por intermédio de sua assessoria de imprensa.
O próximo a sair é Elano, que pouco apresentou e está emprestado pelo Grêmio até o fim do ano. Ele foi ontem ao Ninho do Urubu e conversou rapidamente com Ximenes. Houve um acordo verbal e o apoiador foi embora do CT em pouco mais de uma uma hora de treino. Também ontem, o representante de Erazo acertou a saída do zagueiro equatoriano, que tem propostas do futebol espanhol.
Nem mesmo vitória é garantia para Ney Franco
A situação de Ney Franco ainda é de muita pressão. Apesar de ter sido mantido por mais alguns dias, o treinador teve sua cabeça pedida por ex-presidentes do Flamengo e dificilmente continuará no cargo. A dificuldade de a atual diretoria encontrar um novo comandante o garantiu por mais uma semana, mas a busca continua.
Nem mesmo uma vitória no clássico com o Botafogo garante Ney Franco. Apesar de ter mantido o técnico, o discurso da diretoria rubro-negra não é de total convicção.
“O momento requer clareza na tomada de decisão. Manter um trabalho também é uma decisão. O Ney, como qualquer outro, está sendo avaliado. Se trabalhou hoje (ontem) é porque o clube achou por bem manter o trabalho”, disse Felipe Ximenes, que em momento algum garantiu a manutenção do treinador, com multa rescisória estipulada em R$ 1 milhão.
“Não quero vincular o resultado do clássico à permanência do treinador. Sabemos como funciona.”
Tite foi sondado, mas é difícil um acerto. Paulo Autuori e Gilson Kleina estão sendo avaliados.
Reforços podem fazer a estreia
Em grave crise, o Flamengo espera contar com seus dois únicos reforços contratados em mais de 40 dias no clássico de domingo com o Botafogo. Sem ter conseguido regularizar Canteros a tempo de jogar contra o Internacional, o Rubro-Negro acredita que a federação argentina, desta vez, enviará a liberação nesta semana.
Já Eduardo da Silva está entregue à preparação física, mas a necessidade de um bom resultado no clássico pode fazer que o atacante já seja aproveitado no domingo. “Esperamos contar com os dois jogadores”, afirmou Felipe Ximenes.
Em situação delicada no Brasileiro, o Flamengo ainda busca mais contratações, principalmente com a saída de André Santos, Elano e Erazo. Todos os setores precisam de reforços
O clube está de olho nos jogadores que atuam na Ucrânia e querem voltar, mas, preocupado com a situação jurídica, acha difícil investir neles.
