Por edsel.britto

RIo - Everton dribla a síndrome do guepardo para ser um leão no setor ofensivo do Flamengo. O camisa 22, ao contrário do que acontece com o animal mais rápido do mundo, é capaz de alcançar inúmeras vezes a sua velocidade máxima e sustentá-la por distâncias maiores do que a maioria dos jogadores.

Por jogo, é como se desse um pique de 1,5 km, segundo o preparador físico Antônio Mello. É na correria dele que o Rubro-Negro aposta para vencer o Fluminense, hoje, e se aproximar ainda mais do rival e do G-4 do Brasileiro.

A velocidade de Everton é uma das armas para o Fla superar o FluMárcio Mercante

Quando o time está acuado, Everton arranca como se perseguisse sua caça. O sangue nos olhos do jogador contagia a torcida. Ao preferir o papel de predador, ele cada vez mais impregna na sua pele as cores vermelha e preta.

“Isso dá confiança ao time. Quando o jogo está frio, principalmente no Maracanã, sei que tenho que partir para cima que o torcedor vem junto. A torcida do Flamengo gosta disso, de dedicação, que o jogador dê carrinho, dê a vida pelo clube”, disse Everton, casado e pai de dois filhos.

Nascido em Nortelândia, Mato Grosso, ele mostrava seus dotes desde filhote. Mas o porte físico não era compatível com a fome da fera. Aos 11 anos, foi levado para o Paraná, em 2001, mas precisou de mais dois anos até que conseguisse vaga nas divisões de base do Paraná Clube.

“Eu era baixinho e franzino. Não aguentava os 90 minutos, sentia cãibra. Mas depois que joguei na Coreia, passei a suportar o jogo todo. Treinava muito a parte física. Foi também uma evolução natural. Eu me cuido muito, sou caseiro, bem família”, afirmou.

Antônio Mello%2C preparador físico do Fla%2C elogia Everton%3A "Com certeza chegará à Seleção"Márcio Mercante

Ao olhar para seus 32 anos de experiência, Antônio Mello compara Everton a jogadores consagrados do passado, como Romário, Bebeto e Mauricinho. E prevê futuro brilhante para o meia-atacante: “Um jogador com essas características com certeza chegará à Seleção e conseguirá um contrato no exterior.”

Segundo o fisiologista do clube, Claudio Pavanelli, Everton se destaca nas avaliações de desgaste muscular pós-jogos. Fruto de uma união rara de alta velocidade com baixa taxa de fadiga: “Isso foge do comum e é o que o futebol exige hoje. Quem tem essas características sempre vai se destacar. Ele consegue suportar com eficiência os picos de intensidade.”

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