Por pedro.logato

Rio - Vanderlei Luxemburgo, campeão do Carnaval com a Beija-Flor, samba em cima do politicamente correto e coloca Thallyson em harmonia com o resto do grupo. O apelido de Cotoquinho, dado pelo treinador ao lateral-esquerdo que possui uma deficiência na mão esquerda, quebra o gelo e expõe o enredo de superação deste Flamengo. Contra o Boavista, nesta quinta-feira, às 19h30, no Maracanã, o menino de Arapiraca faz sua estreia como titular com o sonho de um dia deixar a ala das promessas e virar destaque. Uma vitória com boa margem de gols pode valer a liderança.

No treino tático e no coletivo realizados ontem, no Ninho do Urubu, Vanderlei não deixava o substituto de Anderson Pico, que operou o joelho direito, errar o ritmo entre atacar e defender. Quando Thallyson deixou a avenida para o adversário desfilar, soltou o voz: “Cotoquinho, eu vou dar um tapa na sua orelha”.

Luxemburgo dá instruções a ThallysonUanderson Fernandes

O jeito de chamar atenção, com bom humor, denuncia: Vanderlei adotou Thallyson. Ele vê no novo filho a síntese do grupo do Flamengo, sem estrelas e recheado de jogadores que querem fazer parte do grupo especial da história do futebol. Por isso, pega no pé, mas com carinho: “ O Thallyson veio do ASA. Lógico que tem defeitos. Tem que corrigir, e cabe ao técnico posicioná-lo.”

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Vanderlei não teme atravessar o samba e quebrar o conjunto rubro-negro. Ele garante que todos já conhecem sua forma de cobrar e o nível de exigência, digno do júri que decide o Carnaval por um décimo. Seu jeito de ser passa longe do politicamente correto. E usa isso a seu favor.

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“Ele tem um problema de ordem física. Claro que isso é um fator inibidor, a sociedade olha diferente. Ele também sente. Às vezes, coloca a mão no bolso. Desde o primeiro dia, procurei fazer disso algo natural. Chamo de Cotoquinho, digo que ele leva vantagem porque isso pode servir para outras coisas (risos)... Ele é um exemplo, tem um potencial fantástico. Foi o melhor dos testes físicos.”

LUXA MINIMIZA BARRAÇÃO DE LÉO MOURA

Vanderlei Luxemburgo tirou o peso da barração de Leonardo Moura. O treinador não descarta a volta do camisa 2, mas deixa claro que o momento é do Pará.

“A opção pelo Pará é de momento. Cria-se uma coisa de que o Léo é perpétuo, que não se pode tirá-lo. Isso não existe”, disse o treinador, que emendou: “Ninguém colocou uma faca ou um calibre 45 no peito do Léo para ele renovar. Foi bilateral. Depois vai depender da produtividade, do clube... Pode continuar conosco”, afirmou.

Ele disse ainda que Eduardo da Silva perdeu o embalo com a lesão e agora precisa buscar seu espaço. A opção por Nixon foi para dar tempo de recuperação a Gabriel.

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