Por pedro.logato

Rio - Nem mesmo o mais otimista dos 5.616 torcedores do Flamengo presentes a HSBC Arena nesta terça-feira poderia esperar uma atuação tão brilhante e avassaladora. Com autoridade, o tricampeão do NBB não tomou conhecimento do Bauru, que venceu tudo que disputou na temporada, e venceu fácil por 91 a 69. A vitória coloca o Rubro-Negro a um passo de conquista a hegemonia nacional e conquistar o quarto título da Liga, ultrapassando Brasília. Para isso, o Fla precisa vencer o segundo jogo das finais no próximo sábado, às 10h, no Ginásio Neuza Galetti, em Marília. Melhor campanha da fase de classificação com 28 vitórias em 30 partidas, o Bauru foi irreconhecível na partida desta terça e vai precisar de sua fanática torcida para conseguir o título inédito.

Flamengo saiu na frente na decisão do NBBGilvan de Souza / FlaImagem

O quarteto Laprovittola, Benite, Marquinhos e Olivinha foram os responsáveis por comandar o ataque Rubro-Negro e combinados somaram 61 dos 91 pontos do Flamengo na partida. Pelo lado do Bauru, Ricardo Fischer conseguiu ser o principal destaque e acabou como cestinha do jogo com 20 pontos, e ainda contribuiu com oito assistências e quatro rebotes. Alex Garcia, a estrela da equipe do interior paulista, não teve uma boa atuação, mas ainda conseguiu anotar 16 pontos e pegar cinco ressaltos.

“A gente sabe que para bater a equipe de Bauru o coletivo tem que ser muito importante e foi isso que aconteceu hoje. Nossa equipe se esforçou bastante na defesa, e foi isso que nos deu a vitória hoje. Conseguimos neutralizar alguns jogadores e abrir uma boa vantagem. A
gente vinha crescendo de produção desde a primeira série do playoff contra o São José. E estávamos com boa vontade de jogador depois de vencer o Limeira. Obedecemos as regras do Neto e colocamos isso no jogo", afirmou Marquinhos.

A vitória por 22 pontos de vantagem foi a maior da história da Final do NBB. Até então, o triunfo mais largo da decisão do principal campeonato de basquete do país era do próprio Flamengo, que na decisão do NBB 1, venceu o Jogo 3 da série contra o UniCEUB/BRB/Brasília por 21 pontos de diferença (99 a 78).

O JOGO

Com apenas metade da HSBC Arena aberta, a torcida do Flamengo não lotou o ginásio, mas compareceu em bom número. Antes da bola subir, os comandados de José Neto tiveram um incentivo especial. Maior ídolo da história do Rubro-Negro, Zico participou de um vídeo exibido no telão dando seu apoio a equipe. Ao final da apresentação, os 5.616 torcedores presentes vieram abaixo, mostrando o clima de caldeirão que seria para o primeiro jogo das finais do NBB.

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Para inflar ainda mais a torcida, a primeira bola do jogo veio de três com Marquinhos para inaugurar o placar. Após três trocas de liderança, o Fla conseguiu abrir vantagem com uma enterrada de Meyinsse e um contragolpe finalizado por Olivinha: 9 a 4 Fla e o ginásio parecia um caldeirão. Vendo seu time com a mão descalibrada e cometendo erros seguidos, Guerrinha tratou logo de trazer Larry Taylor para o jogo no lugar de Gui Deodato. Porém, a diferença continuava aumentando, chegando a 10, após bolas de Marquinhos e Laprovittola: 16 a 6. Sem conseguir para o ataque Rubro-Negro, Guerrinha pediu tempo faltando 4min55s para o fim do primeiro quarto, tentando ajeitar a defesa do Bauru.

A parada não diminuiu o ritmo do Flamengo que continuava com a mão quente da linha de três (3 em 4 tentadas), e após outro acerto de Olivinha, levou a vantagem a 11 pontos. Rival histórico do Rubro-Negro desde os tempos de Brasília, Alex Garcia era extremamente vaiado pela torcida quando pegava na bola. Com a defesa intensa, o Fla aproveitava os roubos de bola para encaixar contra-ataques.

Torcida do Flamengo comemora vitória na Arena da BarraGilvan de Souza / FlaImagem

Em um deles, Marquinhos achou Olivinha, que com a costumeira raça e vontade, conseguiu fazer a cesta e ainda sofreu a falta. A diferença voltava a ser de 11 pontos: 26 a 15. O Bauru não conseguia se achar no jogo e errava muito tanto no ataque quanto na defesa, mas na última bola do primeiro quarto, Hettsheimeir acertou sua primeira cesta de três e deixou a vantagem do Flamengo em dez pontos: 28 a 18.

Com alterações no quinteto que começou o jogo, o Fla voltou mais descuidado com a bola no segundo quarto e começou cometendo erros consecutivos. Irritado com os desperdícios e com a arbitragem, José Neto reclamava muito e acabou sendo punido com falta técnica. Sem conseguir cortar a vantagem rubro-negra que variava entre 10 e 11 pontos, Guerrinha gastou seu segundo pedido de tempo faltando 6min48s para o fim. De nada adiantou. Logo na volta, Marcelinho tratou de fazer sua primeira bola de três e abrir a maior diferença no placar: 35 a 21.

Consistente no ataque e nas bolas de três, o Flamengo apenas administrava a vantagem, que agora estava sempre na casa dos 13, 14 pontos. Umas principais armas do time de Bauru, a bola de três teimava em não cair, só tendo duas feitas em nove tentadas. Faltando um minuto para o fim do segundo quarto, Herrmann livre derrubou mais uma de três e levou a vantagem a 19 pontos: 45 a 26. Principal estrela da equipe do interior de paulista, Alex Garcia não conseguia jogar e acabou indo para no banco por ter acumulado três faltas ainda no primeiro tempo. Já no estouro do relógio, Marquinhos acertou mais uma de dois pontos e fechou a primeira parte com uma ótima vantagem para o Mengão: 47 a 28.

O panorama da partida não mudou na volta para o terceiro quarto: Fla com defesa intensa e Bauru abusando dos erros. Com uma bola de Laprovittola, o Mengão abriu 21 pontos de frente. Com intensidade, o Rubro-Negro não dava espaço para o time visitante, que estava completamente perdido em quadra. Tranquilo na partida, a equipe carioca apenas administrava sua gigante vantagem no placar. Para incendiar de vez a HSBC Arena, Olivinha, em contra-ataque, acertou mais uma bandeja e sofreu a falta: 58 a 30 e a vitória no primeiro jogo das finais já estava na mão.

Sem forças para reagir, o Bauru apenas assistia a exibição de gala do Flamengo. Faltando 1min30s para o fim do terceiro quarto, o abismo no placar era quase irreversível: 70 a 37. No finzinho do período, a equipe visitante ainda mostrou alguma faísca de esperança, mas nada que pudesse incomodar a ótima vantagem do Mengão.

Mesmo com o quinteto reserva, com a exceção de Meyinsse, o Flamengo não diminuiu o ritmo no último quarto e com duas bolas de três de Benite e Marcelinho, o Fla conseguiu sua maior vantagem no jogo: 80 a 48. Mesmo atuando com o que tem de melhor, o Bauru seguia encontrando sérias dificuldades em organizar seu ataque e esboçar algum tipo de ataque. Sem maiores dificuldades, o Rubro-Negro confirmou a vitória por 91 a 69 e colocou uma mão na taça do tetracampeonato do NBB.

Reportagem de Edsel Britto

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