Por cadu.bruno

Rio - Cristóvão Borges é o nome preferido de uma parcela da diretoria para ser o novo técnico do Flamengo. Parte da cúpula rubro-negra defende a contratação do ex-técnico de Vasco e Fluminense pelo custo baixo e o por cheirar a renovação. Enquanto os dirigentes acreditam que a mudança pode fazer o time engrenar, Vanderlei Luxemburgo rejeita o rótulo de culpado pelos resultados ruins do clube este ano.

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Na entrevista coletiva de despedida de Vanderlei, na manhã desta terça-feira, num hotel na Barra da Tijuca, o treinador disparou a sua metralhadora de mágoas. A mira esteve sempre nos dirigentes rubro-negros, que, segundo ele, não são do ramo e só querem trabalhar com quem sempre diz amém.

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Fritado desde a eliminação no Campeonato Carioca , colocada na conta dele, Vanderlei se disse surpreso com a demissão, após a derrota para o Avaí por 2 a 1, a segunda no Campeonato Brasileiro em três jogos - houve ainda um empate com o Sport. Isto porque, quando recebeu o convite do São Paulo, teve a sua permanência defendida pelo presidente Eduardo Bandeira de Mello.

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"Fico surpreso porque há 20 dias, 25 dias, quando eu tive uma sondagem oficial do São Paulo, uma ligação do presidente deles, o presidente do Flamengo disse que eu ficaria e que eu seria fundamental para o projeto do Flamengo. Queria saber como em três semanas deixei de ser fundamental. Talvez fosse um projeto de 20 dias", ironizou.

Se atacou os dirigentes, Vanderlei, por outro lado, saiu em defesa do grupo do Flamengo. Embora afirme ser um elenco de coadjuvantes. O treinador garantiu que chegarão reforços e, por isso, lamentou não poder prosseguir com o trabalho. Além disso, ele reclamou da postura da cúpula rubro-negra de exclui-lo, junto com o diretor executivo Rodrigo Caetano, do processo de negociação por reforços.

"O Flamengo é um grupo de gestor e nós, profissionais contratados, eu e Rodrigo Caetano, não somos ouvidos. Um grupo gestor que resolve tudo, não sabe nada de futebol. Todas as ideias que colocamos precisam ser analisadas pelo Conselho Gestor, mas no futebol não sabem nada. No administrativo financeiro estão bem, mas no futebol nada. Não adianta aparecer no New York Times", afirmou o treinador, que revelou ter tentado ajudar na vinda de Robinho, que lhe foi negada por questões financeiras.

"Participo sempre, eu e o Rodrigo Caetano. Desde que cheguei, eu liguei para o Robinho umas dez vezes. Uma ligação minha pode influenciar. E o Conselho Gestor não quer isto. Nunca deixei de conversar."Os disparos de Vanderlei chegaram a Vargem Grande. O treinador classificou o Ninho do Urubu de acanhado. De acordo com ele, as obras estão estagnadas, a ponto de os jogadores terem que fazer vaquinha para comprar borracha para o vestiário.

Salvar o Flamengo do rebaixamento, no ano passado, foi como um título para o treinador, torcedor rubro-negro declarado. Por isso, garante não ter se arrependido de recusar as propostas de Internacional e São Paulo. Agora, livre no mercado, ele afirma que gostaria de receber outro convite do Tricolor Paulista.

"Fui demitido pela minha personalidade. Certeza absoluta. Querem que todos digam amém para eles, não pode discordar. Fui demitido pelo Conselho Gestor. O único contrário à minha demissão foi o presidente, dentro do grupo de gestores. Saí como o Jayme de Almeida e o Ney Franco. Todas as vezes que apertam as críticas externas, eles desviam o foco. E aí aparece a competência administrativa. A história do futebol mostra isto", garantiu o treinador, que concluiu: "Eu votei na Patricia, isto foi bem claro. E em momento nenhum foram contra o acerto comigo. Resolvei o problema do Flamengo e continuei sendo da Patricia. Resolvi com os jogadores a saída da confusão. Não voltei pela chapa azul ou amarela, eu voltei pelo Flamengo. E sempre eu continuando da Patricia. E agora fui mandado embora por eles e eu continuo da Patricia."

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