Por pedro.logato

Rio - O arco-íris que saía de trás da mata e desaparecia no céu indicava o caminho para o alto, enquanto a Lua, em fase crescente, dava o ar da graça, ainda com o dia claro. A pintura serviu de pano de fundo ao primeiro trabalho comandado por Cristóvão Borges, nesta quinta-feira, no Ninho do Urubu, e parecia sugerir uma nova fase para o Flamengo. Uma leveza que, se não apaga a sequência de maus resultados do time, pelo menos dá ares de que as nuvens negras podem se dissipar.

"Sou baiano, tenho corpo fechado, sou bem protegido. Por isso que cheguei assim (risos)", disse Cristóvão, cujo o perfil tranquilo combina com o cenário, mas destoa do momento do time. Mesmo assim, ele se identificou de primeira com o clube, onde já havia trabalhado em 2004, como auxiliar de Ricardo Gomes:

Cristóvão Borges chegou ao Fla nesta quinta-feiraMárcio Mercante

"Eu tenho a cara do Flamengo, sim. A cara do Flamengo é de vitórias e títulos, e é isso que eu quero. Vim aqui para isso. Ficarei irmão gêmeo do Flamengo."

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As boas vibrações, porém, se tornam pesadas quando Cristóvão olha para a tabela do Campeonato Brasileiro. Domingo, é dia de Fla-Flu, às 18h30, no Maracanã. Com um ponto conquistado em três jogos, o Rubro-Negro está sob pressão, na zona de rebaixamento. Comissão técnica e diretoria não conversaram sobre o que enxergam como possibilidade quando fitam o horizonte. O novo técnico, porém, já sabe o que se espera dele.

"Não me falaram nada (sobre objetivos), mas também não precisava, e eu também nem perguntei, Tenho que chegar para ganhar, não preciso de aviso nenhum", afirmou Cristóvão, que já estreia com a exigência de uma recuperação imediata e consciente de que é cedo para saber se sua personalidade será suficiente para fazer o tempo abrir no clube:

"Vou saber depois que começar a jogar. Lógico que todo mundo está querendo, e estamos precisando de resultado. A calmaria está ligada a isso. Temos apenas um ponto, sabemos que é muito pouco."

Cristóvão passou a maior parte do treino clareando a sua visão sobre o elenco que acaba de assumir. Embora admita já conhecer o potencial do grupo como adversário, ele colheu informações com Jayme de Almeida, trazido por Vanderlei Luxemburgo, mas que fica no clube. O novo treinador terá também a colaboração de sua comissão, formada pelo preparador físico Rodrigo Boletto e o auxiliar Cassiano de Jesus. O trio receberá por mês cerca de R$ 350 mil, menos do que o último técnico ganhava sozinho.

Até domingo, Cristóvão pretende comandar dois treinos táticos. Deve, porém, mexer pouco na forma como o time tem jogado, pelo menos por enquanto. A boa notícia é que Everton e Marcelo Cirino estão à disposição. A previsão para domingo é de chuva à noite. Mas a torcida espera que uma vitória sobre o Fluminense marque o fim da tempestade. E que a bonança tome conta do Flamengo.

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