Rio - Muitas vezes, não é preciso discutir a relação para se retomar um antigo sentimento. E Emerson Sheik fez o primeiro gesto, ao mostrar, na vitória de quarta-feira sobre o Palestino, duas de suas maiores virtudes: poder de decisão e capacidade de superação. O gol no fim do jogo teve sabor de reconciliação.
Em 2010, Sheik sofreu com lesões e atuou em apenas 11 partidas do Brasileiro, mas ressurgiu na reta final e fez o gol do título do Fluminense sobre o Guarani. Já em 2012, foi o herói da conquista da Libertadores pelo Corinthians — desta vez esteve em campo em 13 dos 14 compromissos na competição.
O atacante, este ano, passou de integrante do setor de astros do elenco a sócio do departamento médico. Se no primeiro semestre jogou em 17 das 28 partidas disputadas pelo Rubro-Negro, no segundo, participou de apenas quatro em 25.
O relacionamento andou estremecido nos últimos meses. Do lado do clube, as lesões e o condicionamento físico de Sheik eram motivo de insatisfação. Para piorar, os resultados positivos do time reservaram ao atacante a indiferença da torcida.
Na visão do jogador, faltavam oportunidades. Após a vitória de quarta-feira, porém, ele admitiu que estava acima do peso. Sete quilos a menos, jura, agora, que pode ser o mesmo da lua de mel.
Sheik, no entanto, também expôs as suas frustrações, mais em tom de desabafo do que de indignação. Se a fila sempre anda, agora é o camisa 11 que terá nova chance, mesmo que como reserva — Leandro Damião deve ficar fora dos dois próximos jogos.
Apesar do aparente início de entendimento, o time do Flamengo não teve tantos motivos para sentir saudade de Sheik. Este ano, o clube tem aproveitamento de 57,14% com o atacante em campo e de 63,54% sem ele. O jogador balançou a rede somente cinco vezes em 21 oportunidades. Desde o empate em 0 a 0 com o Fluminense, pelo Campeonato Carioca, no dia 20 de março, ele não atua 90 minutos.