Rio - Abel Braga se divide em três no Flamengo. O primeiro é o técnico que precisa preparar fisicamente e psicologicamente o time que estreia na Libertadores dia 5 de março, contra o San Jose, na Bolívia. O segundo é aquele que recebeu críticas após a eliminação na Taça Guanabara, e quer garantir uma boa campanha na Taça Rio para não passar novo vexame. O terceiro, e mais abatido, é o Abel 'paizão', preocupado com a energia pesada por conta da tragédia no Ninho do Urubu, na qual morreram dez jovens.
O técnico rubro-negro iniciou entrevista coletiva da manhã desta sexta-feira (22) pedindo para não ser perguntado sobre o extracampo. Mas, nem ele mesmo conseguiu escapar do assunto da tragédia.
"Nós queremos esquecer o problema, mas sentimentalmente você não consegue. Ainda mais porque diariamente tudo o que é programa, tudo o que você lê, tudo o que você escuta, é sempre batendo na mesma tecla (sobre a tragédia). Mas, temos que superar. E o que mais queremos realmente é jogo. Surgiram alguns problemas, mas o trabalho tem sido forte. É hora de trabalhar", comentou.
Apesar de treinar o time para o jogo do próximo domingo (24), contra o Americano, no Maracanã, ele já pensa na estreia na Libertadores, pouco mais de uma semana depois. Abelão admite o frio na barriga.
"É um jogo diferente (a Libertadores). Você não consegue atingir mentalmente o mesmo tipo de concentração de nenhuma competição para a outra. Uma é um desejo de não sei quantos anos, e todo ano existe essa ansiedade".
Abelão confirmou que Arrasceta será titular contra o Americano, na vaga de Everton Ribeiro. Será a chance de o uruguaio se redimir depois da falha contra o Fluminense, na semifinal da Taça Guanabara.
"Foi um pouquinho duro pra ele. O Arrascaeta se sentiu uns quatro dias meio cabisbaixo. Nós conversamos com ele da qualidade que ele tem como jogador, e que o que eu tinha prometido a ele depois da eliminação é que teria a chance de mostrar o valor que tem no próximo jogo. Ele já está escalado", confirmou.
