Rio - Único treinador a conquistar o Campeonato Brasileiro em cinco oportunidades, Vanderlei Luxemburgo chega ao Fluminense chamando mais a atenção pelas multas rescisórias cobradas dos clubes que dirigiu nos últimos anos do que sobre seu trabalho dentro de campo. O treinador embolsou mais de R$ 12 milhões apenas com as rescisões de seus quatro últimos clubes:Santos (R$ 750 mil), Atlético-MG (R$ 3 milhões), Flamengo (R$ 3 milhões) e Grêmio (R$ 5,4 milhões).
Se não tem problemas financeiros, tecnicamente Luxemburgo atravessa uma fase (longa) de vacas magras. Desde seu último título nacional em 2004, com o Santos, vive de conquistas estaduais — foram cinco em nove anos. Mas os chamados “projetos”, que englobam uma atuação como manager na contratação de jogadores e atuação nas categorias de base do clube, fracassaram em todos os lugares independentemente da camisa que vestiu.
CABEÇA NA POLÍTICA
Além de resultados incompatíveis com o currículo que construiu na década de 1990 e no início dos anos 2000, Luxemburgo é um treinador caro, com salários dificilmente abaixo de R$ 500 mil desde que voltou de sua fracassada experiência no Real Madrid, da Espanha. Os salários dele e de sua comissão técnica oneram as finanças dos clubes e ainda tem um viés político. Cada vez mais, o treinador tenta se emaranhar no dia a dia do clube, apoiando candidatos à presidência, como fez no Santos, Palmeiras e Grêmio, ou até prometendo uma entrada de cabeça na vida política do Flamengo, seu clube de coração, de olho no cargo de presidente, como já disse.
Controlador ao máximo, Luxa coleciona desafetos na carreira. Brigou com craques do porte de Edmundo, Marcelinho Carioca, Romário, Edilson, Vampeta e, mais recentemente, Ronaldinho Gaúcho no Flamengo. Isso sem falar em algumas trocas de farpas com os treinadores Felipão e Oswaldo de Oliveira.