Rio - Após a tempestade, a calmaria. Mas com prazo de validade. Vivendo um dia de cada vez, o técnico Vanderlei Luxemburgo está prestigiado no cargo até o Fla-Flu de domingo. A decisão de mantê-lo à frente do Tricolor foi tomada pelo presidente Peter Siemsen em consenso com a patrocinadora do clube, e uma reunião de 15 minutos no vestiário, antes do treino de ontem à tarde, pregou união entre todas as partes para fugir do risco da degola. Uma mudança, neste momento, atrapalharia o clube, no entender do mandatário.
“Não gosto de tomar as decisões de cabeça quente. Mas sou torcedor, e ninguém gosta de perder. Então preferi tirar um tempo até a decisão ser tomada. Conversei com o Celso Barros e nenhum dos dois quer que o Fluminense termine mal o ano. Houve um consenso de que uma mexida agora prejudicaria o time”, analisou Peter, que afirmou não ter buscado um nome para substituir Vanderlei. O presidente, porém, não garantiu a permanência do treinador em caso de nova derrota no Fla-Flu de domingo.
“O campeonato é feito jogo a jogo e estamos nessa expectativa. Estamos acompanhando bem de perto a situação e esperamos um bom resultado no domingo”, esquivou-se.
Falta grana no bolson
Além de Luxa e Peter, o diretor executivo de futebol, Rodrigo Caetano, também participou do bate-papo a portas fechadas. Na pauta, o retorno do Flu à Timemania e promessas de quitação de um mês de salários atrasados.
“Estamos juntos, unidos, porque estamos em situação difícil, mas ainda é uma situação totalmente contornável. Vamos pensar jogo a jogo”, resumiu Peter Siemsen.
Ao pisar no gramado para comandar treino de cruzamento e finalização, Vanderlei ganhou apoio de um torcedor, presente na arquibancada, e conversou por alguns minutos com os jogadores. Sorrisos foram vistos, apesar da tensão do momento. O discurso, pelo menos, está afinado. Falta voltar a vencer após sete jogos.
Preocupação dentro de casa
Em 16º lugar no Brasileiro com 36 pontos, o Fluminense vê a zona de rebaixamento bem pertinho, como se fosse um fantasma que necessita ser exorcizado rapidamente.
Com uma semana para trabalhar, o zagueiro Gum espera uma melhora já no clássico contra o Flamengo, que divide seu tempo entre o Brasileiro e a Copa do Brasil. Mas ele, porém, não vê o rival cansado por estar em duas frentes: “Nossa preocupação não é o Flamengo, somos nós mesmos. A fase não é boa, mas vai mudar”.
“É uma situação delicada e na qual nós não queríamos estar. Estamos trabalhando e vamos procurar melhorar na tabela o mais rápido possível. Estamos trabalhando muito para que a fase melhore o quanto antes”, completou o zagueiro, muito questionado após a derrota por 3 a 2 para o Vitória.