Rio - Um dia após os protestos no Aeroporto Santos Dumont e da ameaça da greve de Fred e do elenco do Fluminense para o jogo de domingo contra o Sport, o presidente Peter Siemsen concedeu uma entrevista ao Sportv. O dirigente afirmou que não conversou com o capitão tricolor, mas que acredita que a atitude considerada por ele extrema tenha sido tomada por conta do momento.
"Não falei com Fred, conversei com outros jogadores, especialmente os que saíram primeiro (da área de desembarque). Eles estão focados em reverter a situação no campo, um deles me falou sobre a questão de greve, acho que foi pelo momento", afirmou.
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Peter aproveitou para mais uma vez condenar a violência dos torcedores (o presidente já havia divulgado uma nota oficial na quinta-feira), mas descartou qualquer chance de greve do elenco tricolor
"Condeno a agressividade, mas não há a menor possibilidade de greve, a gente sabe que a pressão de torcida no Brasil é cultural, já vimos coisas assim acontecerem no Corinthians, recentemente aconteceu com André Santos (no Flamengo). Só isso não justifica greve. Nas áreas privadas, a segurança do Fluminense protege os jogadores", afirmou.
Sobre o momento complicado, o dirigente afirmou que confia nos jogadores do Fluminense. "São jogadores qualificados, pode ser um elenco com deficiências em peças de reposição, mas que hoje nitidamente perdeu a confiança. Jogava um futebol bastante moderno, e hoje o time não consegue progredir com esse futebol moderno, avançado, tático. Com isso, a gente ainda soma essa pressão sobre os jogadores", concluiu.
Protesto e resposta de Fred
Em sua volta ao Rio, após a derrota para a Chapecoense, a delegação foi recebida sob protestos por cerca de 20 torcedores de uma torcida organizada. Revoltado com o ocorrido, Fred utilizou as redes sociais para se manifestar. Classificados como "vândalos" pelo atacante, ele publicou em sua página oficial do Facebook, mostrando toda indignação pelo caso. Na mensagem, Fred pediu que medidas sejam tomadas por parte do clube, caso contrário, o capitão ameaçou reunir o grupo e não entrar em campo no próximo domingo, contra o Sport.
Confira a nota na íntegra:
"Quinta-feira, 4 horas da tarde. Hora de gente séria estar trabalhando. Desembarcando após nossa viagem a Chapecó, voltando do nosso trabalho, o que eu e meus companheiros de time encontramos aqui no Aeroporto Santos Dumont? Cerca de 20 marginais, desocupados, bandidos, vagabundos tentando agredir jogador e quebrando carro de profissionais que dão duro e suam a camisa para defender o time que eles dizem amar.
Isso pra mim é uma pouca vergonha! É inacreditável e profundamente lamentável que, em 2014, após sediar uma Copa do Mundo, o Brasil ainda conviva com essa barbárie. Será que precisaremos juntar nosso grupo de jogadores para sair no braço com esse bando de marginais que não tem nada a perder?
E já vou avisando: se nenhuma atitude for tomada imediatamente pelas autoridades aqui mesmo no aeroporto, a direção do clube também não tomar nenhuma providência, e esses covardes invadirem as Laranjeiras querendo agredir jogador, eu, como capitão do time, vou reunir o grupo, e o Fluminense não entrará em campo no próximo domingo para enfrentar o Sport. Eles usam as armas que têm, e nós usaremos as nossas. A diferença é que somos trabalhadores honestos, já eles são a escória da sociedade. Lugar de bandido é na cadeia!
Tem imprensa pra cobrir o vandalismo dos "torcedores", mas não tem polícia pra cobrir o cacete nesses marginais."
