Por renata.amaral

Rio - O Fluminense se prepara para encarar o Grêmio pela Copa do Brasil, mas o assunto principal nas Laranjeiras não estava dentro do gramado. Toda a expectativa girava em torno de Ronaldinho Gaúcho e as possíveis explicações pelas quais o jogador deixou o clube repentinamente, dois meses após sua chegada.

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"A palavra é frustração. Quando ele chegou, esperávamos que fizesse aqui o que fez em outros lugares. Quando você contrata um atleta, pensa que ele pode dar o melhor. Quantas vezes vimos jogadores considerados com carreira em declínio fazer grandes atuações? O próprio Ronaldo no Atlético-MG foi um exemplo. Não fez boa temporada no México, mas apostamos que voltando ao Rio ele poderia render", declarou Mário Bittencourt, vice de futebol de Fluminense. O dirigente ressaltou que Tricolor e Ronaldinho chegaram ao consenso de que o adeus de R-10 era o melhor caminho.

"Foi uma decisão de comum acordo, amistosa e amigável como sempre foi a relação. Não tem arrependimento. O Ronaldo foi uma oportunidade que tivemos e muitos clubes do Rio e do Brasil queriam. O que fica é a relação entre as duas partes", disse Mario Bittencourt, vice de futebol do Tricolor, que completou:

Ronaldinho Gaúcho fez sua última partida pelo Fluminense neste sábadoMárcio Mercante / Agência O Dia

"Ontem (segunda-feira), de maneira grandiosa, ele foi muito claro ao dizer que não estava dando ao Flu a reciprocidade que merecia. Fizemos tudo para que ele pudesse melhorar o futebol dele, manter a forma dele. Seria muito fácil jogar a queda de rendimento nas costas do Ronaldo. Ele não foi responsável pela queda do time."

Ronaldinho chegou às Laranjeiras no fim de julho, após uma polêmica em torno do clube que passaria a defender. Ao longo dos dois meses em que esteve no Fluminense, R-10 foi a campo nove vezes, tendo somado quatro vitórias, quatro derrotas e um empate. Em má fase, não fez boas atuações e não balançou as redes nenhuma vez. Muito contestado pela torcida, Ronaldinho passou a ser vaiado ao sair das partidas.

"Ele pediu a reunião. De maneira digna ele disse que não estava mais conseguindo render e não dar ao Fluminense todo o carinho que ele recebeu. Perguntou a nossa opinião. Fomos sinceros, dizendo que neste momento a situação não era boa", explicou Mário, que ainda falou sobre os custos que o jogador gerou ao clube.

"Com relação a se pagar, costumo dizer que todo atleta de futebol pode te dar retorno em três partes. Técnico, financeiro e visibilidade. No caso dele, o retorno foi enorme. A chegada dele transformou muito o clube. Números nossos, internos, mudaram. Do ponte de vista do Fluminense, o retorno foi dado. De visibilidade, sim. Técnico eu não preciso nem dizer, vocês podem avaliar", concluiu.

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