Por edsel.britto
Rio - Quando surgiu o pedido de estrangeiros para mudar a competição de vela na Olimpíada de 2016 da Baía de Guanabara, por causa da poluição, muitos consideraram lobby para tirar a competição de um local em que os brasileiros estão mais acostumados. Entretanto, dois dos maiores medalhistas olímpicos do país pedem cuidado e não veem tanta vantagem para os donos da casa.
Com cinco medalhas (dois ouros, duas pratas e um bronze), Robert Scheidt encarará sua quinta Olimpíada, disputando a classe laser em 2016. Ele avisa que é preciso cuidado e pede aos velejadores brasileiros para não pensarem estar em vantagem.

“As principais potências treinam no Rio desde 2013, conhecem a Baía de Guanabara. A gente não pode se iludir. A regata se ganha com pequenos detalhes, não adianta ficar contando com essa vantagem”, avisou o experiente velejador de 42 anos.”

Henrique Haddad e Bruno Bethlem garantiram a vaga olímpica na Baía de GuanabaraFred Hoffmann / CBVela 2015

Entre as potências mencionadas por Scheidt está a Inglaterra, que vem três vezes ao Rio e treina com sua equipe na Baía de Guanabara, com direito a meteorologistas e estudiosos de maré e correnteza para mapear o local. Outros fizeram o mesmo.

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E se não bastasse o conhecimento dos rivais, a própria Baía de Guanabara é cheia de armadilhas. Com mudança de ventos constante, correnteza e maré imprevisíveis, é muito difícil mapear qual será a reação nas águas durante a competição.Com essa preocupação, o também cinco vezes medalhista olímpico (dois ouros, uma prata e dois bronzes) e hoje coordenador técnico da CBVela, Torben Grael prega cuidado aos brasileiros.
“A baía é muito dinâmica e imprevisível. Obviamente quem é do Rio tem experiência, mas boa parte dos atletas brasileiros não está na cidade. Regata de vela é lotada de erros e o negócio é errar menos. Tem correnteza, onda, ventos. É tudo volátil”, analisou Torben.