Por clarissa.sardenberg

Rio - Mesmo após o início dos Jogos e com a cidade lotada de turistas de todos os cantos do mundo, as lojas de ‘souveniers’, roupas e acessórios nacionais ainda não comemoram as vendas. Alguns, sem grandes expectativas para a Olimpíada, recolocaram à venda produtos comprados no período da Copa, em 2014.

Dono de um desses estabelecimentos, Carlos Almeida, 51, conta que, mesmo localizada na primeira quadra da praia de Copacabana, a poucos metros da arena de vôlei de praia, sua loja teve uma melhora suave nesse último fim de semana. “A cidade está mais cheia. As pessoas entram, olham e saem. Uns compram, outros não. Mas confio que assim como foi na Copa, as vendas melhorem no final das competições”, comenta Almeida, que vende apenas produtos oficiais da Rio 2016 além de artigos artesanais. Por lá, é possível encontrar canecas de cerâmica por R$ 25 e chaveiros com a bandeira do Brasil por R$ 15. 

Em feiras de rua%2C Rita de Cassia se esforça no inglês para tentar segurar as vendas com os estrangeirosSandro Vox / Agência O Dia

Presidente do Clube de Diretores Lojistas do Rio (CDL), Aldo Gonçalves acredita que isso, de certa forma, é um reflexo de todo o contexto de sustentabilidade da Rio 2016. “Os turistas não estão tão voltados para o consumo nesse evento. É um público mais consciente e essa consciência mais ecológica acaba afetando os resultados no comércio. Como tudo, essa consciência também tem seu lado bom e ruim”, explica.

Assim como o lojista, Rita de Cassia Nascimento, 54, há 24 anos, enfeita as ruas de Copacabana com seus produtos em feiras famosas pelo bairro. Ela também não conseguiu aquecer as vendas, mas até o final de setembro, quando encerram os Jogos Paralímpicos, ela ainda acredita que possa melhorar. “Me viro no inglês pra atender aos clientes estrangeiros pra garantir a venda”, conta Rita, que participa de duas feiras em Copacabana toda semana.

De acordo com o Comitê Organizador da Rio 2016, nas 23 lojas oficiais de produtos Olímpicos em operação, os indicadores de performance apontam para um crescimento de 17% acima do plano inicial previsto para o varejo oficial total. O Comitê aponta como os campeões de venda, os mascotes.

Há 22 anos em Copacabana, o jornaleiro Sidnei da Silva, 64, aproveitou o material encalhado da Copa do Mundo para aquecer as vendas agora. “Não está às mil maravilhas, mas consigo vender algumas coisas, principalmente para os estrangeiros.”

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