Por edsel.britto

Rio - Parecia brincadeira de criança. Em recuperação incrível nos 100m finais, Petrúcio Ferreira saiu da última colocação para garantir a medalha de prata na prova dos 400m, classe T47 (amputados). Aos 19 anos, o menino paraibano de São José do Brejo do Cruz sai da Paralimpíada com três medalhas e com a certeza de que se tornou um dos principais nomes do atletismo brasileiro.

Petrúcio Ferreira comemora mais uma medalhaMarcelo Regua/MPIX/CPB

"Eu entro na pista para brincar. Quem nunca brincou de apostar corrida? Sempre estou descontraído e preparado para dar o meu melhor. Não cheguei ao nível mais elevado da preparação, ainda estou no inicial, mas tenho mais quatro anos para me preparar até Tóquio", afirmou o brasileiro, que já vislumbra a próxima Paralimpíada.

Petrúcio Ferreira tem apenas dois anos no atletismo, mas com estratégia de um veterano. Último colocado na prova, o brasileiro se recuperou de forma surpreendente, ultrapassou sete competidores e fez o tempo de 48s87, atrás apenas do cubano Ernesto Blanco, que garantiu o ouro com 48s97. Gunther Matzinger, da Áustria, completou o pódio, com a marca de 48s95. Na tática e na raça, Petrúcio garantiu sua terceira medalha nos Jogos - ele já havia conquistado o ouro nos 100m e a prata no revezamento 4x100m.

"É uma coisa que sempre brinco: quando o corpo não aguenta, o moral tem que sustentar. Foi um pouco difícil colocar a estratégia em prática, porque com o grito da torcida você só pensa em dar a alegria ao público, que lotou o Engenhão. Mas é preciso manter a calma, pensar nos dias que me dediquei durante os treinos. E tudo fluiu bem", afirmou.

Reportagem de Yuri Eiras

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