Rio - Em seu primeiro dia de trabalho no Vasco, o técnico Adilson Batista começou a arrumar a casa. Sob o olhar do presidente do clube, Roberto Dinamite, e do diretor-executivo, Ricardo Gomes, que ficaram em uma cabine de São Januário, ele deu mostras do time que deve encarar o Coritiba, sábado, e colocou em prática seu método de trabalho. Valeu até citar estratégias utilizadas por Pep Guardiola, técnico do Bayern de Munique.
Em um coletivo que foi paralisado diversas vezes para que a melhor jogada fosse trabalhada, Adilson Batista valorizou a posse de bola e mostrou muita vibração. Ele gritou, gesticulou e até repreendeu atletas que não seguiram suas instruções. “Para que isso, Baiano?”, indagou após o volante tentar uma finta para passar a bola.
O treinador, em alguns lances, esperou dos próprios jogadores a resposta do melhor posicionamento em campo. Quando não era atendido, ele pegava o atleta pelo braço para mostrar o local ideal.
Para o sistema defensivo, a inspiração veio do outro lado do oceano. “Agora está valendo uma entrevista do Guardiola”, disse Adílson Batista, para pedir que os jogadores de defesa tivessem personalidade e responsabilidade suficientes para arriscar viradas de jogo ou até mesmo lançamentos longos.
Por falar em Guardiola, a formação do Vasco lembrou muito a utilizada pelo treinador na época em que comandou o Barcelona, com três atacantes e apenas um volante fixo. Baiano começou como titular. A escalação, entretanto, não está definida.
Aos reservas, que estavam de colete branco e simularam a equipe do Coritiba — André foi chamado de Alex e Reginaldo de Geraldo —, palavras de incentivo: “Os de branco têm que entender que estou trabalhando para ganharmos o jogo de sábado. Terei até sexta para definir quem vai ficar no time.”
O time titular começou com Diogo Silva, Fagner, Jomar, Cris e Yotún; Baiano, Fillipe Soutto e Juninho; Francismar, Marlone e Thalles.
Fagner elogia postura do comandante
A energia de Adilson Batista em seu primeiro treinamento no Vasco surtiu efeito e foi aprovada pelos jogadores. Ao falar sobre o novo comandante, o lateral-direito Fagner reconheceu que a atmosfera mudou com a chegada de um novo comandante.
“Chegamos a um ponto em que não se pode mais deixar as coisas para depois. Adilson chegou mostrando que acredita no grupo e nós também precisamos acreditar para sairmos da zona de rebaixamento. O ânimo que ele trouxe é fundamental e o time conta com a ajuda dele”, afirmou o camisa 23.
“Ele cobrou muito a necessidade de darmos opções de jogada dentro de campo”, concluiu.
Clube de novo na mira do tribunal
Prestes a completar a suspensão de quatro mandos de campos longe do Rio de Janeiro impostas pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), o Vasco voltou a ficar na mira do Tribunal. Após confusão entre as torcidas do Gigante da Colina e da Ponte Preta, domingo, ambos os clubes podem ter de pagar multa de até R$ 100 mil e perder até dez mandos de campo. As imagens da confusão em Campinas já estão sendo avaliadas pelo STJD.
Há um mês sem atuar em São Januário, a diretoria do Vasco aproveitou para reformar sua casa. As obras, entretanto, não terminaram a tempo e o clube terá de mandar seu jogo contra o Santos, dia 10, no Maracanã.