Por pedro.logato

Rio - A frieza de Martín Silva nos jogos e até mesmo nos treinamentos é uma das características do goleiro que mais chamaram atenção desde que ele chegou à Colina. E é justamente este temperamento que tem ajudado o camisa 1 a se adaptar ao futebol brasileiro, a conquistar a torcida do Vasco e, principalmente, a vencer um dos maiores problemas pessoais de sua vida. Calma, segurança e foco no trabalho ajudaram o uruguaio, que agora não vê a hora de coroar tanta dedicação com a vaga para a final e o título Carioca.<

Quando foi acompanhar o nascimento da filha Pilar em Montevidéu que, com problemas pulmonares foi diretamente para o CTI do hospital no início do mês, Martín Silva viveu o dilema de não abandonar a sua família nem decepcionar a comissão técnica do Vasco. Mas, com a frieza que a posição exige, o goleiro conseguiu desempenhar o papel de pai e, mesmo sem treinar, o de camisa 1 com grande atuação contra o Fluminense, ainda pela primeira fase.

Martín Silva está com moral no VascoDivulgação

A família continua no Uruguai, mas os momentos de tensão passaram. E, além da frieza de sempre para dificultar a vida dos atacantes rivais, Martín agora usa seu drama como combustível para alcançar o maior objetivo dentro de campo.

“Tenho pensado nesse título estadual. Seria muito bonito depois de tudo que vivi na minha vida pessoal. O grupo também merece. Ganhar um campeonato que o clube não conquista há 11 anos coroaria o primeiro semestre, pois muitos chegaram este ano ao Vasco. Eu quero esse troféu, pois também é uma forma de homenagear a minha família”, afirmou.

E o goleiro, que recusa o status de ídolo, aproveitou a oportunidade para agradecer o carinho que recebeu no clube.

“Cheguei há pouco tempo e ainda estou nesse processo de adaptação. Estou feliz com as atuações que estou apresentando, mas devo tudo isso ao grupo do Vasco. Eles me ajudaram muito a superar esse momento ruim e sou agradecido a todos. Por sorte, o que aconteceu com a minha filha é apenas uma má recordação. Estou feliz por ela e pelo momento do time”, ressaltou Martín Silvam confiante na vitória amanhã.

“É o único resultado que serve para a gente avançar e vamos buscá-lo”, completou.

Loucura e desespero estão fora da cartilha do clube

Para chegar à final do Carioca o Vasco precisará vencer de qualquer jeito. Não para o técnico Adilson Batista. Mesmo ciente de que o empate garantirá o Fluminense na decisão, o comandante espera ver seu time tranquilo em campo, sem dar espaços ao rival ou perder a organização.

“Sou contra loucura, desespero e desorganização. A gente tem peças para criar alternativas em campo e é nisso que temos de focar. Mas adianto que não penso em colocar o Luan (zagueiro) como centroavante. Nada deste tipo passa pela minha cabeça. Não existe”, afirmou.

Perguntado se espera um Fluminense mais recuado, Adilson ironizou. “Ainda mais? Eles já usaram o contra-ataque no primeiro jogo”, declarou.

Lesão de André Rocha não preocupa comissão técnica

Substituído no segundo tempo do clássico com o Fluminense com dores no joelho direito, o lateral André Rocha foi reavaliado ontem pelo departamento médico do Vasco. E a notícia foi boa.

Com uma leve entorse, o atleta se apresentou ontem sem sentir dores e, a princípio, estará à disposição da comissão técnica para o segundo duelo da semifinal, no domingo.

André Rocha trabalhou com os outros titulares na sala de musculação de São Januário e será avaliado novamente na atividade de sábado. Já os reservas fizeram um animado treinamento técnico de dois toques em campo reduzido.

Técnico freia oba-oba e pede calma com o seu ‘Thallesmã’

Opção no banco de reservas, Thalles mais uma vez foi fundamental quando entrou. Mas, após o gol que garantiu o empate em 1 a 1 do time na primeira semifinal com o Fluminense, o técnico Adilson Batista tratou de evitar o oba-oba em relação ao jovem atacante. Para ele, com apenas 18 anos, o jogador precisa evoluir mais antes de ter o lugar garantido no time.

“Estou no dia a dia e vejo que o Thalles precisa melhorar. Não falo apenas por causa da pouca idade. Mas tenho certeza de que vai crescer profissionalmente. Ele é um bom jogador, mas precisa ser trabalhado. Estou mostrando o caminho e o atleta tem se dedicado”, elogiou o comandante.

Enquanto isso, a diretoria do Vasco está prestes a confirmar a renovação do contrato do centroavante por mais três anos, o que deve acontecer na segunda-feira. Tempo suficiente para o clube lapidar sua joia.

“Thalles tem aceitado bem o que temos passado e isso vai ajudá-lo a crescer. Não vamos achar que com 18 anos ele é o Edson Arantes do Nascimento (Pelé), porque não é. Por isso, ele não pode ter essa responsabilidade toda”, advertiu o técnico Adilson Batista.

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