Por pedro.logato

Rio - O alívio pela classificação na Copa do Brasil contrastou com o susto dado pelo atacante Everton Costa. Horas depois da internação do jogador, que sofreu convulsão e uma arritmia cardíaca, que o levaram a um mal súbito, ainda no gramado de São Januário, o coordenador médico do Vasco, Clóvis Munhoz, reconheceu a gravidade do caso ao ressaltar que o primeiro atendimento feito ainda na ambulância foi determinante para a vida do jogador.

Inconsciente no banco de reservas após uma convulsão, minutos depois de ter sido substituído, Everton Costa rapidamente foi atendido e, antes mesmo de ser encaminhado para o Hospital Quinta D’Or, em São Cristóvão, foi submetido a uma série de medidas para reverter a arritmia e ter o seu quadro clínico estabilizado.

“O que aconteceu com o Everton Costa foi muito sério. E ele tinha que ter um atendimento de emergência, com agilidade, como aquele que recebeu ainda no gramado em São Januário. Se o jogador não tivesse sido removido do jeito que foi o risco de morte era grande”, admitiu o médico Clóvis Munhoz, que ressaltou:

Atendimento médico foi primordial para Everton CostaMárcio Mercante / Agência O Dia

“Sem a ambulância por perto, como a gente vê nas peladas de fim de semana entre amigos, o pior certamente poderia ter ocorrido.”

O susto vem à tona uma década após o caso Serginho, ex-zagueiro do São Caetano que morreu em campo após um mal súbito durante uma partida contra o São Paulo. Por isso, todo o cuidado com Everton Costa, que já passou por uma série de exames como o de sangue, eletrocardiograma, ecocardiograma e até mesmo uma tomografia de crânio, tem sido tomado. Estável, o atleta não corre mais risco de morte.

“Ele amanheceu (quina) do mesmo jeito em que chegou no hospital. O atleta está lúcido, orientado, se comunicando e monitorado na unidade coronariana. A princípio não houve mudança alguma. Everton passou por uma bateria de exames e precisamos de algumas dias, talvez até uma semana para chegarmos à conclusão”, explicou Clóvis Munhoz.

Enquanto a resposta não vem, Everton Costa seguirá internado sem expectativa de alta. “Não existe uma regra. Em princípio há essa previsão de 72 horas (sábado) na unidade coronariana. Mas depois ele ainda vai para o quarto. Portanto, não há uma data para a alta”, completou o médico.

Com vários desfalques, Adilson busca time ideal

Um dia após a vitória por 1 a 0 sobre o Resende, que garantiu a classificação para a próxima fase na Copa do Brasil, o grupo do Vasco se reapresentou na parte da tarde. Enquanto os titulares fizeram trabalhos na sala de musculação e deram poucas voltas no gramado, os reservas suaram a camisa sob o comando do técnico Adilson Batista. Embora Edmilson e Bernardo tenham participado da atividade, o comandante busca a formação da equipe mesmo com tantos desfalques.

Além de Everton Costa, internado, Rodrigo, Guiñazu e Edmilson estão vetados pelos médicos para a estreia amanhã na Série B do Brasileiro, contra o América-MG, em São Januário. Pedro Ken, Bernardo e Diego Renan vão ser reavaliados. Já Thalles e Danilo, que estão com a Seleção sub-21, ainda são aguardados pela comissão técnica.

Com exames em dia, mal súbito é mistério

Emprestado ao Vasco até o fim do ano pelo Coritiba, Everton Costa chegou à Colina em janeiro e só foi integrado ao grupo após ser aprovado em todos os exames médicos. Motivo que aumentou a surpresa do departamento médico do clube após o mal súbito causado por uma arritmia cardíaca sofrida pelo atleta. De acordo com o coordenador Clóvis Munhoz, o jogador só está no Gigante por ter sempre apresentado ótimo estado clínico.

“Alguma coisa aconteceu. É uma situação atípica, que nem os cardiologistas entenderam. O Everton sempre passa por exames e tem bons resultados nos testes físicos. Fez um exame completo no dia 9 de janeiro que deu tudo normal. Precisamos investigar o que houve”, disse o médico.

Você pode gostar