Rio - A pressão pesa nas costas dos jogadores do Vasco, a tensão paira no ar e a preocupação em São Januário com o que pode acontecer, em caso de novo tropeço, é real. A saída do técnico Adilson Batista não foi o único desdobramento da goleada (5 a 0) para o Avaí. Um grupo de torcedores, membros de organizadas, esteve no treino de ontem, conversou com o preparador de goleiros Carlos Germano, foi proibido de entrar no vestiário e exigiu nova postura da equipe hoje, às 19h30, contra o ABC, na Arena das Dunas, em duelo que vale vaga nas quartas de final da Copa do Brasil.
Ainda sem um novo treinador, o Vasco será comandado pelo auxiliar-técnico Jorge Luiz. Em campo, o time, que empatou no primeiro confronto por 1 a 1 e precisa vencer ou empatar por mais de dois gols para se classificar, tentou vencer o abatimento no último treino antes da decisão. O interino, em atividade técnica, testava algumas mudanças na equipe quando um grupo de cerca de 10 torcedores entrou em São Januário.
Da arquibancada social, os torcedores chamaram o preparador de goleiros Carlos Germano para conversar e o tom de cobrança foi pacífico. O desejo de entrar no vestiário para se reunir com os atletas, entretanto, não foi atendido. Capitão do time, Guiñazu deixou claro que foi um dos que vetaram a ‘visita’.
“Não sou favorável a receber torcedor no vestiário. Torcida tem todo o direito de se expressar, mas não acho correto ir ao vestiário. Na rua, na arquibancada, não vejo problema. Mas essa outra possibilidade não existe”, avaliou.
AUSÊNCIA SENTIDA
Guiñazu, que estava suspenso contra o Avaí, assim como Kléber, volta ao time, mas Jorge Luiz não poderá contar com Fabrício, suspenso, e o goleiro Martín Silva, que se apresentou à seleção do Uruguai. Porém, um dos principais objetivos do time é superar a ausência de Adilson Batista. A saída repentina do treinador foi principal assunto no clube ontem.
O volante argentino admitiu que o grupo está abalado. “Estamos tristes, mas também estamos fechados e vamos buscar forças para superarmos os obstáculos. Estávamos há nove meses juntos, mas tivemos de respeitar a decisão do Adilson”, completou.
Clube espera resposta e deve anunciar Enderson nesta terça-feira
Depois de entrar em contato e deixar o acerto encaminhado, a diretoria do Vasco espera definir a situação e anunciar oficialmente a contratação do técnico Enderson Moreira. Até domingo, o nome do treinador dividia atenções com o de Dorival Júnior. Ontem, entretanto, os dirigentes chegaram a um consenso de que Enderson seria a melhor opção. O profissional, que volta de um período de viagens na Europa, inclusive, é esperado em Natal, onde o time encara o ABC, para fechar os últimos detalhes.
Se o treinador, ex-Goiás e Grêmio, concordou em receber um salário de aproximadamente R$ 150 mil (valor do teto que o Vasco pode pagar), um dos principais entraves no negócio é em relação ao tempo de contrato. O clube, a princípio, ofereceu apenas seis meses de vínculo. Já Enderson, afirmou que gostaria de um prazo mínimo de um ano para trabalhar.
Como em novembro haverá eleição e uma nova gestão assumirá, os dirigentes mantiveram a cautela, mas esperam definir o negócio o quanto antes.