Por fabio.klotz

Rio - É difícil sair para jantar ou até mesmo assistir televisão. Desde que começou o Brasileiro, os jogadores do Vasco não conseguem paz. Em campo, nada funciona. A pressão no trabalho ultrapassa barreiras e atinge suas vidas privadas. Diante deste cenário, como manter o foco? Embora os atletas garantam que não há motivo para desespero, psicólogos ressaltam a importância de colocar a cabeça no lugar.

Madson admite que lado psicológico é 'complicado'André Mourão

Lanterna com 95% de risco de rebaixamento, o Vasco não vê a luz no fim do túnel e a cada dia está mais perto do rebaixamento. Mas, se o cenário é sombrio, ainda tem quem acredite na recuperação milagrosa.

“Ainda não é hora de entrar em desespero. A situação é ruim, mas temos o returno inteiro pela frente”, afirmou o lateral Madson. Fato, porém, é que nem a parte física, tática ou técnica tem influenciado mais o desempenho do time do que a emocional.

“O lado psicológico é complicado. O time sente demais quando sofre um gol”, revela.

Experiente, a psicóloga Maria Helena, que trabalhou no clube durante 28 anos, aponta a ansiedade como o maior adversário. Desequilibrados emocionalmente e estressados, os atletas não rendem o esperado.

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"A gente tenta atingir essa ansiedade. Trabalhamos a autoestima, procuramos saber o objetivo profissional e pessoal de cada um e resgatar a motivação e a confiança. Se a cabeça não estiver no lugar e outras coisas interferirem negativamente, o atleta vai errar em campo”, adverte.

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Maria Helena, no entanto, lembra que a pressão sobre os atletas é alta também pelo fato de o time ter voltado à Série A após disputar a Segundona em 2014: “Não é fácil começar o trabalho com uma cobrança dobrada. Além de tudo, também existe a expectativa de afirmação”.

Já Paulo Ribeiro, psicólogo que atua no futebol há mais de 20 anos, lembra a necessidade de se manter o grupo blindado, esquecer o planejamento e trabalhar os atletas a cada rodada.

“Tem de começar sempre do zero. A situação é muito grave, mas o Vasco só sairá se der um passo por vez”, diz.

Para ele, ao declarar que o Vasco não seria rebaixado e que se mudaria para a Sibéria caso isso ocorresse, Eurico Miranda colaborou ainda mais para a pressão aumentar sobre o time: “Essa fala tem dois lados. Dá ideia de ânimo, de crença no grupo. Mas também coloca pressão. E, quando as coisas estão ruins, tudo piora. O ambiente precisa estar mais leve”, completou Paulo.

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