Por sarah.borborema

Rio - A dias da estreia no Brasileiro, contra o Palmeiras, em São Paulo, o Vasco vive momento tumultuado nos bastidores. Entre muito disse-me-disse, uma certeza: a eliminação do Carioca é apenas o pano de fundo para as profundas transformações que o departamento de futebol atravessa, envolvendo a saída de jogadores e uma filosofia de trabalho, que cobra profissionalismo total.

Trabalho do treinador estaria incomodando veteranos como Rodrigo e NenêPaulo Fernandes/Vasco.com.br

O ‘Ataque’ conversou esta semana com algumas pessoas ligadas ao clube e todas garantiram que a iminente saída do zagueiro Rodrigo, dada como certa nos bastidores de São Januário, é a senha de uma nova linha de trabalho, em que os direitos e deveres são iguais para todos, não havendo mais espaço para privilégios a medalhões.

O estilo encaixou como uma luva com o perfil do técnico Milton Mendes. Obcecado pelo trabalho e exigente ao extremo, com apenas 40 dias de clube, ele mudou drasticamente a rotina de atividades em São Januário, com treinamentos modernos em que a repetição muitas vezes beira o exagero. Apesar de ser respeitado pelo grupo pelo conhecimento aplicado, os treinos pesados, muitas vezes em dois períodos, desagradam aos veteranos que temem contusões. Já os mais jovens comemoram as novas oportunidades.

"Ter um técnico do profissional olhando é uma expectativa muito boa. A gente sempre tenta fazer o melhor, mas, com o técnico olhando, tenta dar algo mais", revela o volante Douglas.

Já os veteranos sofrem com a sobrecarga de treinos, as cobranças e a perda de espaço. Um bom exemplo é Nenê. Ídolo da torcida, o camisa 10 deixou muito a desejar nos clássicos decisivos e chegou a ser substituído no jogo com o Boavista, o que o desagradou.

A perda recente da faixa de capitão para Luis Fabiano também provou que ele não é mais intocável. Resta saber se o desejo declarado por Nenê de deixar o Vasco para ficar mais perto dos filhos, em São Paulo, aumentou com a iminente saída do parceiro Rodrigo. Apesar de ter contrato até o fim de 2018, Nenê pode sair, assim como qualquer um que não se encaixe no método de Milton Mendes.

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