Por luana.benedito
Rio - O sistema de consórcio já apresentou forte recuperação no segundo semestre de 2016. Para se ter ideia, as vendas da modalidade em novembro chegaram ao terceiro melhor total mensal do ano, com mais de 219 mil adesões, segundo a assessoria econômica da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac). No acumulado nos 11 primeiros meses do ano passado, o balanço do setor registrou 2,04 milhões de novas cotas comercializadas, 5,1% abaixo do mesmo período em 2015, quando totalizou 2,15 milhões.
Casa própria sem juros e sem burocraciaDivulgação

Outro dado importante é que o tíquete médio das cartas de crédito do segmento imobiliário subiu 18% em novembro, passando de R$ 109.700 para R$ 129.500. A modalidade não cobra juros, apenas corrige anualmente o valor das parcelas e da carta de crédito. O acesso à carta acontece por sorteio ou lance para adquirir o bem mais rápido. No sistema, há cobrança da taxa de administração, fundo de reserva e seguro.

De acordo com Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da Abac, há um comportamento cada vez mais consciente dos consumidores, interessados em adquirir bens ou contratar serviços por consórcios, especialmente de maio de 2016 para cá, apesar da crise econômica. Com uma história de pouco mais de 25 anos, o consórcio de imóveis tem se evidenciado pela concretização de um dos maiores objetivos do consumidor brasileiro: a casa própria. Nesse período, milhares de consorciados foram contemplados e adquiriram seus imóveis de forma econômica e planejada.
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Flexibilidade na escolha
A flexibilidade na escolha é uma das características da modalidade, pois permite que outros tipos de bens imóveis se tornem realizações pessoais, familiares e até empresariais, como terrenos, reformas, construção, na planta, comerciais, além de casas de veraneio, sítios e chácaras.
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Um recente levantamento feito pela assessoria econômica da Abac, com as administradoras que atuam no setor imobiliário, mostrou um novo perfil de utilização de crédito para aquisição de imóveis. Enquanto há pouco mais de dois anos (agosto de 2014) os negócios com residências urbanas eram de 62,8%, o percentual registrou aumento e chegou aos 71,1% em outubro do ano passado.

“A mudança de perfil de utilização dos créditos nos consórcios de imóveis está diretamente ligada ao estágio da crise econômica que estamos vivenciando desde 2014. Da maior adesão às contemplações ocorridas no período, o principal objetivo tem sido a casa própria, algo natural decorrente do sentimento desejado de construção, ampliação de patrimônio e, consequentemente, segurança pessoal ou familiar”, explica Rossi.

Casa própria sem juros e sem burocraciaDivulgação

Queda na compra de terrenos e imóveis ‘na planta’

Também ocorreram variações na aquisição de terrenos, por exemplo, que diminuíram de 15,3% (ago/2014) para 10,8% (out/2016). As aquisições ‘na planta’ apresentaram retração de 1,7% (ago/2014) para 0,3% (out/2016). Já em casas de veraneio, houve mais que o dobro de participação: antes era 0,7% (ago/2014) e agora chegou a 1,7% (out/2016).

Reformas de grande porte ou construção registraram redução de 13,5% (ago/2014) para 10,9% (out/2016). Nos imóveis destinados a uso comercial, a alteração foi de 6% (ago/2014) para 3,5% (out/2016). Aconteceram, ainda, outros tipos de negócios, nos quais poderiam ser incluídos: glebas para condomínios verticais ou horizontais, participações parciais, compras compartilhadas, que totalizaram 1,7%.

Investimento mais em conta

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Com a situação que o país atravessa, os bancos ficaram ainda mais exigentes e praticamente cortaram o crédito. Com esse cenário, as pessoas passaram a recorrer ao consórcio de imóveis para realizar o sonho da casa própria e até mesmo para trocar uma dívida mais cara por outro mais em conta. Ou seja, entra na modalidade para quitar o financiamento da moradia.
A modalidade não tem burocracia e a carta de crédito representa dinheiro. Isso quer dizer maior poder de negociação. A afirmação é do diretor da Leonel Consórcios, Leonel Daher. Ele também verificou que houve aumento no tíquete médio da carta de crédito que passou de R$ 179 mil para R$ 200 mil.
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“O sistema continua sendo uma ótima opção. É uma compra programada, mas quem tem pressa também consegue adquirir o bem mais rápido com o lance. A minha recomendação é que o interessado procure uma administradora para receber as orientações necessárias para a aquisição. O FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) também pode ser usado e é um grande aliado no negócio”, diz Daher. Quem quiser saber as opções de carta de crédito e o valor das parcelas podem conferir no site www.leonelconsorcios.com.br.
Presença do FGTS no consórcio de imóveis
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Os recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) têm sido utilizados de várias formas nos consórcios de imóveis. Além de servir para ofertar lance ou complementar o valor da carta de crédito para aquisição de imóvel residencial, a partir da entrada em vigor da Lei 12.058/2009 a utilização foi ampliada para os consorciados-trabalhadores contemplados e de posse do imóvel, que desde então podem amortizar, liquidar saldo devedor e ainda pagar parte das prestações. Vale lembrar, que é preciso respeitar as regras do Conselho Curador para liberação do recurso. Desde a liberação, iniciada efetivamente em março de 2010, mais de 23 mil trabalhadores-consorciados já transferiram valor parcial ou total de sua conta no FGTS.