Por luana.benedito
Rio - Deixar o controle remoto da garagem dentro do carro ou pedir para o entregador de pizza subir no apartamento são medidas cômodas, mas que podem colocar em risco a segurança dos condomínios. Descuidos contribuíram com o crescimento desse tipo de crime no estado do Rio de Janeiro. Entre janeiro e novembro do ano passado, o Instituto de Segurança Pública (ISP) registrou 1.957 casos, média de quase seis roubos por dia. Os números indicam crescimento de 83,5% em comparação ao mesmo período de 2015, quando ocorreram 1.066 casos. Em meio a esse cenário, cuidados básicos podem minimizar riscos de uma possível ação criminosa, já que muitos desses crimes ocorrem por falta de atenção de moradores e funcionários.
Moradores e funcionários precisam estar sempre atentos ao entrar e sair do imóvel. Durante as férias%2C os cuidados devem ser redobradosDivulgação

Segundo o diretor-presidente da Irigon e advogado especializado em direito imobiliário, Luis Guilherme Russo, é preciso que os moradores e os porteiros estabeleçam diretrizes para serem seguidas individualmente e em conjunto, em razão da segurança. “O primeiro passo é criar um conjunto de normas de segurança para aprovação na assembleia geral do condomínio. Quando aprovado, o documento deverá ser obrigatório para todos, estando sujeitos a punições àqueles que desrespeitarem as determinações estipuladas, sejam moradores ou empregados”, diz.

Segundo ele, bandidos costumam observar a rotina dos prédios e acabam percebendo os pontos fracos. Alarmes e muros altos não estão sendo suficientes para inibir a ação de assaltantes nos condomínios. A mudança de hábitos deve passar por um período de adaptação, sem que as falhas sejam punidas. E, após esse período, no caso de descumprimento, punições serão aplicadas. “Aos moradores, multa. Aos empregados, advertências, suspensões e outras consequências previstas na lei do trabalho”, orienta Russo.

Visitantes Identificados
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Por vezes, os condôminos também não se preocupam em observar o movimento das áreas internas pelo circuito de TV, comprometendo todo o investimento em equipamentos de segurança. Além disso, é comum que as pessoas, ao chegar próximo do edifício, esqueçam de verificar se há estranhos nas imediações. Ou mesmo se funcionários de vigilância e portaria estão devidamente posicionados.
Outro equívoco básico é o morador entrar no condomínio juntamente com visitantes. As visitas devem passar sempre por um sistema de identificação, por mais incômodo que esse procedimento possa parecer. E o condômino jamais deve pedir ao porteiro que permita a entrada de alguém que ainda não tenha de fato chegado. A visita deve ser anunciada ao morador na hora. Além do controle dos visitantes convidados por moradores, medidas sobre entregadores ou prestadores de serviços do prédio devem estar contempladas no conjunto de normas de segurança, como aponta o especialista.
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“Os moradores devem descer para receber as encomendas dos entregadores na portaria. Outra ação muito importante é a criação de um cadastro de prestadores de serviços que possam adentrar ao condomínio desde que autorizados pelo morador em dia e hora marcados com antecedência”.
Atenção na Portaria
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Porteiros não devem deixar, nunca, seu posto, ainda quer por poucos minutos, sem nenhuma cobertura. Nesse caso, o profissional deve chamar outro funcionário, como faxineiro ou zelador, para ficar na guarita durante a sua ausência. A presença de equipamentos, como rádio e TV nas portarias, também é incorreta, pois pode tirar a atenção do profissional. Apenas um monitor com imagens do circuito de câmeras deve ser mantido.
Para preservar a segurança do condomínio e do funcionário, também é preciso que a guarita esteja instalada em um local com visibilidade total das principais entradas. A iluminação deve ser boa, de forma que o porteiro consiga identificar quem está na entrada do prédio. Os vidros devem ter característica de não possibilitar a visão de fora para dentro. Para isso, além da película, o condomínio pode optar por vidros escurecidos de fábrica, aumentar a distância entre funcionário e visitante e vidros em ângulo.
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É fundamental que os funcionários estejam perfeitamente treinados para o uso dos equipamentos e sistemas. Muitos condomínios desperdiçam dinheiro em equipamentos que os empregados não sabem utilizar corretamente. Segundo Russo, além dos equipamentos e sistemas de segurança tradicionais, há algumas soluções alternativas sendo implantadas por condomínios. “Caso seja possível, é interessante instalar um sistema de comunicação (tipo botão de pânico silencioso) entre vários prédios de uma mesma rua, de modo que quando houver um problema em um deles, os outros são acionados”, recomenda.
Mesmo com todos os cuidados de segurança, o advogado ainda reforça que é primordial ter sempre a mão os telefones da polícia, bombeiros e empresa de manutenção dos elevadores, como medida de precaução.