Por marlos.mendes
Rio - A classe média será uma das beneficiadas com as mudanças no programa ‘Minha Casa, Minha Vida’, anunciadas pelo governo federal e Caixa Econômica. Isso porque a renda familiar sobe de R$ 6,5 mil para R$ 9 mil. Esse público, aliás, já vinha buscando imóveis desse tipo desde o ano passado.
A informação é do diretor da Azul Construções, José Marques, empresa com foco no programa. “Começamos a observar porque alguém da família perdia a renda e aí acabava se enquadrando, reflexo da crise. Agora, com as alterações, acredito que terá um aumento dessa faixa na busca do imóvel, até porque os juros estão menores se comparados às taxas tradicionais”, prevê.
Residencial Queluz%2C integrante do empreendimento Tasso Blasso%2C em Santa Cruz%2C que acaba de ser entregue pela Caixa Econômica FederalDivulgação

Outra mudança de comportamento de mercado será a entrada no segmento de grandes construtoras. A afirmação é do CEO da Inova Imobiliária, Delmo Simões. “O programa se ajustou à realidade que o país está vivendo. E, com as mudanças, vai beneficiar também a classe média, que terá juros subsidiados entre 8,16% e 9,16% ao ano”, ressalta Simões, que também tem foco no programa do governo federal.
Ele lembra que o valor do imóvel de R$ 240 mil também vai ajudar. “Essas medidas e o incremento de R$ 8,5 bilhões vão impulsionar o setor neste ano.

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No programa, o mutuário já assina o contrato direto com o banco, evitando o fantasma do distrato na entrega das chaves. Essa é a grande segurança do programa”, explica o CEO Delmo Simões.
O executivo acaba de abrir uma loja de 500 metros quadrados no shopping Nova América. E já adianta que vai ampliar a filial da Zona Oeste, que fica em Campo Grande, para atender a nova demanda do programa. As regiões que contemplam o segmento no estado são as zonas Norte e Oeste (Campo Grande, Bangu, Santa Cruz e adjacências), além da Baixada Fluminense.
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Para o vice-presidente de Habitação Econômica do Secovi-SP, Rodrigo Luna, as mudanças nas regras do ‘Minha Casa, Minha Vida’ visam ampliar o atendimento de famílias pelo programa. Segundo ele, a criação dessa nova faixa, por exemplo, vai trazer para dentro do programa aquelas famílias que foram prejudicadas com a brutal queda de arrecadação da caderneta de poupança nos dois últimos anos e que ficaram desassistidas. Luna ressalta que, com esse incentivo, a recuperação do mercado imobiliário nacional pode iniciar no segundo semestre deste ano.
Principais mudanças no programa
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:: Com a reformulação do programa habitacional ‘Minha Casa, Minha Vida’, do governo federal, os juros passam a variar entre 5% e 9,16% ao ano mais Taxa Referencial (TR). Já o prazo de pagamento continua em 360 meses (30 anos).
:: Os subsídios (descontos) do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) foram corrigidos em 6,67% peloÍndice Nacional de Custo da Construção (INCC) nas faixas 1,5 e 2, ou seja, renda familiar de R$ 2.600 e R$ 4 mil respectivamente. Com esse aumento, o beneficiário pode dar um valor menor de entrada ao comprar seu primeiro imóvel pelo programa habitacional do governo federal.
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:: O valor do imóvel subiu de R$ 225 mil para R$ 240 mil nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal.
:: Já a renda familiar máxima agora passou de R$ 6,5 mil para até R$ 9 mil.
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:: Neste ano, o programa prevê a contratação de aproximadamente 600 mil unidades no país. Na faixa 1, são 170 mil unidades, sendo 100 mil moradias do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR) e 70 mil unidades na modalidade entidades (urbana e rural). Já nas faixas 2 e 3, o objetivo é contratar 400 mil imóveis. Além disso, está prevista a liberação para 40 mil unidades na faixa 1,5 do programa.