Por felipe.martins

Vaticano - Após acusações de malversação e corrupção, o Papa Francisco anunciou nesta sexta-feira mudanças nas regras dos procedimentos financeiros nas canonizações da Igreja Católica. Decreto papal pede novos controles sobre despesas na eleição de santos, que podem chegar a centenas de milhares de dólares na coleta de indícios e honorários de advogados. Já surgiram acusações de que o sistema favorece candidatos à santidade vindos de países ricos.

Papa diz que regra atual favorece candidatos a santos de países ricosEfe

O decreto de 21 artigos exige mais vigilância financeira em cada etapa do processo, que normalmente começa em uma diocese local após uma investigação preliminar. Em seu livro ‘Merchants in the Temple (Mercadores no Templo)’, de 2015, o autor italiano Gianluigi Nuzzi escreveu que uma comissão que investiga as finanças do Vaticano descobriu que o escritório responsável pela seleção dos santos tem pouca ou nenhuma documentação dos fundos usados pelos postuladores, os principais promotores das candidaturas.

Nuzzi, que está sendo julgado no Vaticano por publicar documentos vazados, escreveu que cerca de 1 milhão de euros em fundos suspeitos controlados por um postulador no banco do Vaticano foram congelados em 2014. O novo decreto estipula que as contribuições de fiéis e de grupos devem ir para uma conta e ser gerenciada por um administrador. O ocupante da função deve “respeitar escrupulosamente as intenções” dos contribuintes, manter uma documentação detalhada e apresentar orçamentos a um superior. Em seu livro, Nuzzi afirmou que uma única canonização pode custar 750 mil euros. As novas normas determinam a criação de um “fundo de solidariedade” para ajudar os candidatos de áreas pobres. 

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