Rio - Pelo menos nove pessoas morreram e 45 ficaram feridas pelo terremoto de magnitude 6,5 na escala Richter que derrubou casas e deformou rodovias no sul do Japão na noite de quinta-feira (em horário local). Equipes de resgate estão em busca de moradores que ficaram presos em casas que desmoronaram após o tremor.
As duas vítimas são da cidade de Mashiki, a mais afetada, que fica cerca de 15 quilômetros a leste de Kumamoto, na Ilha de Kyushu, segundo Takayuki Matsushita, autoridade de gestão de desastres da Prefeitura de Kumamoto. Uma das vítimas morreu após ter sido resgatada dos escombros e a outra não resistiu a um incêndio.
Matsushita afirmou que as operações de resgate foram interrompidas várias vezes devido aos tremores secundários ocorridos. O terremoto ocorreu às 21h26 (horário local) a uma profundidade de 11 quilômetros, segundo a Agência Meteorológica do Japão. Não foi acionado alerta de tsunami.
DIFÍCIL FICAR EM PÉ
“O tremor foi tão violento que não consegui ficar em pé”, contou Hironobu Kosaki, policial de Kumamoto. Logo depois, dezenas de pessoas saíram de casa e se reuniram nas ruas de Mashiki, algumas se aquecendo enroladas em cobertores.
O chefe de gabinete do governo japonês, Yoshihide Suga, afirmou que pelo menos 19 casas desmoronaram e centenas de chamados relatando danos em edifícios e pessoas presas sob escombros foram registrados. “Por causa da escuridão da noite, a extensão dos danos ainda não foi calculada”, disse.
O primeiro-ministro Shinzo Abe disse que o governo mobilizou a polícia, bombeiros e tropas de defesa para a operação de resgate. “Vamos realizar as operações durante a noite”, afirmou.
De acordo com Suga, nenhuma anormalidade foi registrada perto de instalações nucleares. O epicentro do terremoto ocorreu a 120 quilômetros da usina nuclear Sendai, da Kyushu Electric Power, a única em operação no país. A maioria dos reatores nucleares do Japão está desativada desde o terremoto de magnitude 9,0 ocorrido em 2011, que provocou um violento tsunami.
O serviço de trem de alta velocidade nas cidades foi interrompido e a NHK mostrou imagens de edifícios parcialmente danificados. Situado na junção de quatro placas tectônicas, é no Japão que se verificam cerca de 20% dos terremotos mais fortes no mundo.
