Suécia - Uma ativista virou símbolo da luta pela igualdade racial após aparecer sozinha frente a um grupo de 300 neonazistas em manifestação em Borlänge, no interior da Suécia. Com o punho em riste, Maria-Teresa "Tess" Asplund, de 42 anos, contou que sua reação foi involuntária quando se deparou com a cena. A ação ocorreu no último domingo e ganhou a Internet.
"Foi de impulso. Estava com raiva", contou a ativista que nasceu na Colômbia e foi adotada por uma família sueca, aos 7 meses, à mídia internacional. Segundo Tess, os manifestantes a encaravam e ela decidiu olhar de volta da mesma forma, em seguida a polícia a retirou do local.
En av mina foton från nazistdemonstrationen i Borlänge. Noterar att den delas friskt just nu :) #svpol #fotose pic.twitter.com/qc3Y3brByK
— David Lagerlöf (@davidlagerlof) 3 de maio de 2016
O fotógrafo David Lagerlöf estava cobrindo a manifestação, registrou a cena histórica e compartilhou a imagem em sua conta no microblog Twitter e pediu que as pessoas compartilhassem o registro. Ele mencionou que a ativista estava em uma situação de extrema vulnerabilidade.
"Estou um pouco assustada e preocupada. Sou uma ativista muito conhecida. Se os neonazistas não gostavam de mim, agora, me odeiam", relatou à ativista à mídia internacional.
Leia: Papa recebe prêmio e questiona: 'O que aconteceu com a Europa?'
De acordo com a imprensa local, manifestantes contrários ao racismo unidos ao Partido Social Democrata, o Partido de Esquerda e a organização sem fins lucrativos Dalarna reuniram muito mais pessoas nas ruas do que os neonazistas.
O governo sueco explicou que não teve como impedir a tal passeata por causa de uma regra do país. "Uma lei constitucional na Suécia garante a liberdade de expressão e de reunião", explicou Stefan Dangardt, porta-voz da polícia do vilarejo, à Sveriges Radio. Os movimentos neonazistas, xenofóbicos, têm ganhado espaço em alguns países europeus com o auge da crise dos refugiados.