Por clarissa.sardenberg

Suécia - Uma ativista virou símbolo da luta pela igualdade racial após aparecer sozinha frente a um grupo de 300 neonazistas em manifestação em Borlänge, no interior da Suécia. Com o punho em riste, Maria-Teresa "Tess" Asplund, de 42 anos, contou que sua reação foi involuntária quando se deparou com a cena. A ação ocorreu no último domingo e ganhou a Internet.

"Foi de impulso. Estava com raiva", contou a ativista que nasceu na Colômbia e foi adotada por uma família sueca, aos 7 meses, à mídia internacional. Segundo Tess, os manifestantes a encaravam e ela decidiu olhar de volta da mesma forma, em seguida a polícia a retirou do local.

O fotógrafo David Lagerlöf estava cobrindo a manifestação, registrou a cena histórica e compartilhou a imagem em sua conta no microblog Twitter e pediu que as pessoas compartilhassem o registro. Ele mencionou que a ativista estava em uma situação de extrema vulnerabilidade.

"Estou um pouco assustada e preocupada. Sou uma ativista muito conhecida. Se os neonazistas não gostavam de mim, agora, me odeiam", relatou à ativista à mídia internacional.

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Na imagem%2C ativista Tess Asplund pede que pessoas venham antes de fronteirasReprodução Twitter

De acordo com a imprensa local, manifestantes contrários ao racismo unidos ao Partido Social Democrata, o Partido de Esquerda e a organização sem fins lucrativos Dalarna reuniram muito mais pessoas nas ruas do que os neonazistas.

O governo sueco explicou que não teve como impedir a tal passeata por causa de uma regra do país. "Uma lei constitucional na Suécia garante a liberdade de expressão e de reunião", explicou Stefan Dangardt, porta-voz da polícia do vilarejo, à Sveriges Radio. Os movimentos neonazistas, xenofóbicos, têm ganhado espaço em alguns países europeus com o auge da crise dos refugiados.

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