Por clarissa.sardenberg

Rio - Dados divulgados neste domingo sobre a esporotricose, doença transmissível principalmente por gatos, alarmaram muita gente. Donos de animais ou não estão preocupados, pois só na capital, 622 cariocas foram contaminados entre 2014 e 2015. A doença de nome meio complicado é uma micose que provoca lesões profundas na pele, parecidas com as da leishmaniose. Mas, afinal, o que você precisa saber sobre esporotricose?

Gato é mesmo o principal afetado?

O gato é o animal doméstico mais sensível à doença - que também afeta humanos. Nele, a esporotricose pode ser mortal. Foram 1.581 casos de gatos doentes entre janeiro e maio na rede municipal, segundo a Vigilância Sanitária. As esporotricose até se manifesta em cães, quando infectados por gatos, mas eles raramente adoecem.

Gato é o animal mais sensível à doença André Hanni / Divulgação

"Como pega?"

Você pode se contaminar em algum "pequeno acidente", desses que a gente sofre no cotidiano, quando a pele entra em contato com algum item contaminado. Esse fungo é encontrado na natureza, então materiais orgânicos em decomposição são um "prato cheio" para contaminação, como cascas de árvores, farpas, espinhos e o próprio solo. O gato pode transmitir o fungo através de arranhões, mordidas e contato com a pele lesionada.

Como identificar a esporotricose?

Ela é uma doença que deixa a pele com lesões profundas, pois é causada por um fungo, o Sporothrix schenckii. Nos gatos, as feridas costumam evoluir rapidamente e ser acompanhadas de pus, segundo a Vigilância Sanitária.

Na pele humana, a esporotricose aparece na forma de lesões como um pequeno caroço vermelho, que em seguida viram uma ferida, segundo a Fiocruz. As áreas mais comuns de aparecimento são rosto, braços e pernas. Os caroços vão se aglomerando e formando pequenas fileiras. É essencial consultar logo um dermatologista, pois a doença pode ser facilmente confundida com outras irritações da pele.

Esporotricose causa dor?

Algumas pessoas relatam sentir dor nas articulações, além de febre.

Leia: Epidemia de esporotricose no estado assusta cariocas

Posso pegar esporotricose de alguém?

Não há registros de transmissão de esporotricose entre pessoas.

Como prevenir a esporotricose?

Na hora de tratar um animal doente é essencial o uso de luvas;
Ambiente limpo com água sanitária;
Castrar animais saudáveis para evitar sua ida à rua;
Caso um animal doente morra, seu corpo deve ser cremado, pois o fungo sobrevive e pode se espalhar pelo solo.

Qual cuidado devo ter com o gato contaminado?

É importante ter um cuidado especial com o bichano doente para evitar que ele contamine outros animais ou ambientes da casa. Isole o gato até que ele receba os cuidados necessários

Tratamento: Quanto tempo dura?

O tratamento não é curto. Em alguns casos, dura mais de seis meses ou um ano. É imprescindível fazer uso da medicação antifúngica apenas após receita médica.

É possível encontrar tratamento para esporotricose gratuitamente no Instituto de Zoonoses Paulo Dacorso Filho (IPDF, no Largo do Bodegão 150, em Santa Cruz), e pelo Instituto de Medicina Veterinária Jorge Vaitsman (IJV, na Av. Bartolomeu de Gusmão 1.120, São Cristóvão). Lá é possível ser atendido, medicado e fazer exames laboratoriais necessários. Os animais também podem ser levados pelos donos para castração e monitoramento e gatos de rua também são tratados.

Atenção!

Nunca, sob hipótese alguma, abandone um animal por conta da esporotricose. A doença tem cura. Como explicado acima basta tomar o devido cuidado com o animal. Abandono de animais é crime. 

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