Estados Unidos - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, classificou neste domingo como "ato de terrorismo e ódio" o massacre ocorrido na boate gay Pulse, em Orlando, na Flórida, que deixou pelo menos 50 mortos e 53 feridos. "Hoje ficará marcado como o tiroteio mais letal na história dos Estados Unidos", afirmou Obama, visivelmente abatido, em declaração feita na Casa Branca.
Obama falou novamente sobre "como é fácil colocar a mão em uma arma" nos Estados Unidos. Consternado, o presidente disse: "Temos que decidir se esse é o tipo de país em que queremos estar." "Diante do ódio e da violência, nós vamos amar uns aos outros", finalizou Obama.
Os EUA investigam o caso como um ato terrorista — que pode ou não ter relação religiosa — muito bem planejado. Agentes mataram o atirador, de identidade ainda não confirmada, mas que seria o americano filho de afegãos Omar Saddiqui Mateen, de 29 anos.
A rede de TV "NBC" conseguiu conversar com o pai do atirador, que o fez e está em choque. Segundo Seddique, o filho já tinha apresentado comportamento homofóbico. "Uma vez saímos em família e ele viu dois rapazes se beijando e ficou revoltado", contou o pai muito envergonhado, pedindo desculpas. "Isso não tem nada a ver com religião", afirmou Seddique. "Estamos em choque, assim como o país inteiro", completou.
O debate sobre a posse de armas automáticas nos EUA foi reaceso após o atirador fazer uso de uma AR-15 no ataque. Os americanos se baseiam na segunda emenda à Constituição para garantir o direito à defesa e portar armas. No entanto, quem defende o controle da venda de armas automáticas, como a usada no ataque à boate, afirmam que ninguém precisa de um artigo do tipo para se defender. Inclusive, são classificadas como "armas de ataque."
O mandatário não pediu o banimento do porte de armas, mas uma checagem mais precisa de antecedentes criminais, por exemplo, entre outros. No tiroteio da escola primária Sandy Hook e no mais recente, em San Bernardino, em Los Angeles, foram usadas armas AR-15. Até então, o maior ataque armado nos EUA havia sido na faculdade Virgina Tech, em 2007, quando 33 pessoas foram mortas.
O Itamaraty informou que está em contato com as autoridades locais e com a comunidade brasileira em Orlando e que não há brasileiros entre as vítimas da boate Pulse.