Rio - Um brasileiro membro do Estado Islâmico é acusado por um parlamentar francês de planejar um atentado contra a delegação da França durante a Olimpíada no Rio. A informação foi divulgada por um deputado em audiência de inquérito sobre os ataques de 2015 na França. A inteligência francesa confirmou o recebimento da informação. A audiência de 26 de maio foi disponibilizada no site da câmara francesa nesta quarta-feira e divulgada pelo jornal "Libération".
"Eu não tinha ouvido falar desse brasileiro que se preparava para cometer atentados contra a delegação francesa nos Jogos Olímpicos. Como você sabe?", questiona o presidente da comissão George Fenech na Comissão Parlamentar de Luta contra o Terrorismo. Em seguida, o chefe da Direção de Inteligência Militar (DRM), general Christophe Gomart, responde que soube através de "parceiros".
Ainda não se sabe se o brasileiro está preso ou seu paradeiro no momento. Segundo a publicação, sua localização "não era necessariamente no Brasil".
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O general francês comentou que o Brasil prevê a criação de um "centro anti-terrorista" para aumentar a segurança durante os Jogos. Neste atuarão especialistas norte-americanos , britânicos, espanhóis e franceses.
Procurada, a Abin ainda não se posicionou a respeito do caso.
Na última semana, o ministro da Defesa, Raul Jungmaan, reafirmou que nenhuma ameaça terrorista foi rastreada por agências internacionais e que o Brasil é um "país pacífico, mas que "sabe contra-atacar".
Segurança na Olimpíada
Há um mês das Olimpíadas, questões estratégicas e de segurança da polícia estão voltadas para identificação de posssíveis ações terroristas. Apesar disso, o ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre de Moraes, afirmou nesta terça-feira que a probabilidade de acontecer algo do tipo durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio são remotas.
"Não temos probabilidade de algum evento terrorista. A possibilidade existe no mundo todo, mas não há a probabilidade. Mas trabalhamos como se houvesse", disse o ministro, acrescentando que a população e turistas podem ficar "tranquilos".
A segurança patrimonial das arenas olímpicas passou a ficar a cargo do Ministério da Justiça e da Força Nacional de Segurança Pública. Segundo Moraes, todo o efetivo da Força Nacional, da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal estará em seus postos até 24 de julho.
O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, reforçou que qualquer "deficiência" na segurança será coberta pelas Forças Armadas. “As Forças Armadas vão disponibilizar contingentes além do que se originariamente se previa para cobrir possíveis deficiências que tenhamos em qualquer um dos outros pontos”, disse Eliseu Padilha.
Serão 5 mil homens disponibilizados para a Olimpíada, com acréscimo de 3 mil pelo Ministério da Defesa no contingente de militares, somando 21 mil, que serão deslocados para o Rio ainda neste mês.