Por clarissa.sardenberg

Itália - Um empresário italiano foi flagrado oferecendo brasileiras em um esquema de corrupção envolvendo algumas das principais construtoras do país e a concessão de obras de um novo ramal ferroviário em Gênova. Em um grampo obtido pela promotoria local, um empreiteiro ainda responde à oferta de forma racista, dizendo ter 'nojo' de mulheres do Brasil. A polícia italiana deteve 14 pessoas nesta quarta-feira por suspeita de corrupção nas obras da região.

Segundo investigações, as empresas Europea 92 e Cipa ganharam direito de construir a linha apelidada de "Terceira Passagem" não apenas pagando propina, mas também em troca de noites com acompanhantes para os funcionários do consórcio Cociv, que conduz a obra.

"Eu tenho duas amigas brasileiras, faço elas irem diretamente ao hotel... Você gosta de brasileiras?", pergunta o administrador da Europea 92, Marciano Ricci a Giulio Frulloni, funcionário do consórcio em um grampo obtido pela Promotoria de Gênova. "Não, me dão nojo", responde o italiano racista, acrescentando que prefere mulheres de pele clara.

A linha que vai conectar a capital da Ligúria aos trechos mais importantes de alta velocidade do norte da Itália, tem prevuisão de conclusão para 2021 e custo estimado em mais de 6 bilhões de euros. O ramal de Gênova terá 53 km, do quais 37 serão túneis.

Em uma ação simultanea, 21 pessoas foram presas na operação "Amalgama", por suspeitas de corrupção, formação de quadrilha e extorsão em contratos para a realização de grandes obras no país, em oito regiões: Lazio, Lombardia, Piemonte, Ligúria, Toscana, Abruzzos, Úmbria e Calábria.

Segundo o inquérito, os suspeitos teriam agido para fraudar licitações e conseguir subcontratos ligados às três obras. O chefe do grupo seria um empreendedor calabrês do ramo da construção civil, e entre os presos está Giandomenico Monorchio, empresário e filho de Andrea Monorchio, ex-tesoureiro do Estado da Itália.

*Com informações da ANSA 

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