Por clarissa.sardenberg

África do Sul - A Justiça da África do Sul condenou a 12 anos de prisão o homem que se passou por um integrante do alto escalão do Ministério Público e propôs ao ex-atleta Oscar Pistorius, condenado pelo assassinato de sua namorada, livrá-lo da prisão em troca de dinheiro.

Com a condenação pelos crimes de falsidade ideológica e fraude, Tshifhiwa Radzhadzhi passará o dobro de anos na prisão do que Pistorius, que foi condenado a seis anos pelo assassinato de sua namorada, a modelo Reeva Steenkamp.

Radzhadzhi, de 30 anos, foi detido em março depois que a polícia depositou em sua conta bancária, através de uma operação sigilosa, os mais de 2.300 euros que ele exigia por antecipação para evitar que o ex-corredor voltasse à prisão.

Oscar Pistorius foi condenado pelo assassinato da namorada%2C Reeva SteenkampEFE

O impostor esperava receber no total cerca de 14.500 euros de Pistorius, que naquele momento aguardava em prisão domiciliar para conhecer sua pena pelo crime de assassinato do qual foi considerado culpado, detalhou o jornal sul-africano "The Star".

Pistorius foi condenado em julho a seis anos de prisão, e atualmente cumpre pena na seção hospitalar da prisão de Kgosi Mampuru II, em Pretória.

O ex-atleta matou sua namorada com quatro disparos através da porta fechada do banheiro de sua casa na capital sul-africana, e foi considerado culpado em primeira instância pelo crime de homicídio culposo, que lhe rendeu uma pena de cinco anos, dos quais cumpriu um antes de sair da prisão por bom comportamento.

O Tribunal Superior de Pretória aceitou então a versão de Pistorius, que garantia ter atirado contra sua namorada por erro e motivado pelo pânico, ao tê-la confundido com um intruso que acreditava que teria entrado em sua casa pela janela do banheiro.

Mas a acusação levou o veredicto ao Tribunal Supremo de Apelação, que revogou a condenação por homicídio culposo e declarou Pistorius culpado de assassinato após concluir que ele disparou com a intenção de matar a pessoa que estava atrás da porta, mesmo que acreditasse que a mesma era um ladrão.

No entanto, a acusação considera insuficiente a condenação de seis anos que pesa contra Pistorius e voltará a recorrer diante do Tribunal Supremo de Apelação.

Oscar Pistorius chegou ao ápice de sua carreira nos Jogos Olímpicos de Londres de 2012, quando se transformou no primeiro atleta biamputado da história a competir nos Jogos Olímpicos com atletas sem deficiência.

Pistorius, de 29 anos, nasceu com um problema genético que levou seus pais a amputarem as duas extremidades abaixo de seus joelhos quando ele tinha apenas 11 meses, e corria utilizando duas próteses de carbono.

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