Por gabriela.mattos
Nova fissura na Ilha Pine alerta para o desmantelamento de geleirasNasa

Estados Unidos - Cientistas já sabem como uma supergeleira se desprendeu da Antártica no ano passado. A descoberta acende mais um alerta para os efeitos do aquecimento global e o aumento do nível dos oceanos, ameaça real para muitas cidades litorâneas, como o Rio de Janeiro.

A Universidade de Ohio, nos Estados Unidos, estudou a fundo a fissão de megabloco de quase 600 quilômetros quadrados — metade da área do Município do Rio — em junho de 2015. Fazia parte de uma das maiores geleiras da frente ocidental do continente gelado até que falha de 35 quilômetros de extensão começou a quebrá-lo. Agora se sabe que águas mais quentes derreteram de baixo para cima a massa de gelo da Ilha Pine, causando uma fissura submarina.

“A pergunta não é mais se a camada de gelo da Antártica Ocidental vai derreter, é quando. Isso já é um consenso”, alerta Ian Howat, autor do estudo, publicado anteontem. “O comportamento das fissuras indica uma diminuição acelerada das geleiras. Vamos ver um colapso dessas estruturas ainda nesta geração”, completou.
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Via de mão dupla
A Ilha Pine e as geleiras do entorno funcionam como um tampão que impede que a água de degelo caia no oceano, o que lentamente aumenta o nível dos mares. No momento em que as barreiras se quebram, correntes mornas avançam pelo litoral do continente e aceleram o processo. Vira ‘uma bola de neve’.
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O superdegelo desta região é capaz de elevar os oceanos em até três metros. Nesse cenário, boa parte do Rio ficaria alagado — e não só a orla. Projeções mostram toda a extensão da Avenida Presidente Vargas e o Campo de São Cristóvão inundados. Nova York e Miami, nos Estados Unidos, também seriam engolidas.
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