Por clarissa.sardenberg
Antártida - Um iceberg tido como um dos 10 maiores já registrados no mundo, e o maior no Norte da Antártida, está prestes a se desprender na Antártida, segundo pesquisas científicas. Apenas 20 km de gelo prendem a gigantesca plataforma Larsen C, de 5 mil km² (o mesmo que 500 mil campos de futebol) de flutuar pelo mar. A ação foi potencializada por conta de uma rachadura que cresceu rapidamente no bloco de gelo em dezembro do último ano. A reportagem é da "BBC" britânica.
Foto divulgada pela Nasa mostra enorme rachadura na plataforma de gelo Larsen C Divulgação/ Nasa

"Se o iceberg não se desprender nos próximos meses ficarei espantado", afirmou o cientista Adrian Luckman, da Universidade de Swansea, à BBC. "As imagens não são completamente visíveis, mas conseguimos usar um sistema para verificar a extensão do problema. O iceberg está a tal ponto de se soltar que considero que isso seja inevitável", completou.

Plataformas de gelo são formações na Antártida que ficam sobre o oceano. Segundo os cientistas do País de Gales, responsáveis pela pesquisa, que ocorre há anos, o rompimento da Larsen C pode deixá-la vulnerável a outros episódios.
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Causa e efeito
Os pesquisadores dizem que essa rachadura exista há muitas décadas. No entanto, acreditam que o aquecimento global é o provável responsável por antecipar a ruptura do iceberg, mas ainda não têm evidências para embasar a teoria.
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"Esperamos que nos próximos meses e anos aconteçam novas rupturas, e talvez um eventual colapso, mas isso é uma coisa muito difícil de prever. Nossos modelos indicam que a plataforma ficará menos estável, mas não que desmoronará imediatamente ou qualquer coisa do tipo", acrescenta.
O iceberg vai se desprender e flutuar no mar, então não vai elevar o nível da água. No entanto, caso ocorram novas rupturas, o que é possível e preocupa os cientistas, geleiras seriam formadas e se desprenderiam em direção ao oceano, como essas não são flutuantes, o nível dos mares seria afetado.
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Outras plataformas da região, denominadas Larsen A e Larsen B sofreram colapso, em 1995 e 2002, respectivamente. Em 2016, cientistas britânicos afirmaram que a rachadura na plataforma C estava aumentando rapidamente. No entanto, em dezembro do mesmo ano, o aumento avançou em um ritmo nunca antes visto, alcançando 18 km em duas semanas.

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