Por thiago.antunes
Boston - Em tempos de aquecimento global, ‘superinvernos’ vão afetar todo o mundo, alerta o Instituto Oceanográfico de Woods Hole, nos Estados Unidos. E a culpa está no Polo Norte. O derretimento da cobertura de gelo do Ártico terá impacto sobre o clima de diferentes regiões, inclusive as situadas a milhares de quilômetros.
É inverno no Hemisfério Norte, e as temperaturas já estão severamente baixas — no Afeganistão, quase 200 pessoas já morreram de frio.  O cientista Andrey Proshutinsky estuda o processo de acumulação da água doce no Ártico provocada pela redução da cobertura glacial. Segundo ele, este processo não pode durar eternamente. Cedo ou tarde, a água doce se precipitará sobre a Corrente do Golfo, no Oceano Atlântico, a corrente que ‘reaquece’ a América do Norte, a Europa e parte da Rússia.
Phil%2C a marmota-símbolo do inverno%2C não viu a própria sombra e%2C segundo a tradição%2C indica que o frio vai durar um pouco maisEfe

Assim, gradualmente, a Corrente do Golfo será perturbada, fazendo com que os continentes vizinhos sofram consequências negativas, como invernos particularmente frios e rigorosos, semelhantes aos observados nos anos 1960.

Publicidade
Por enquanto, segundo o pesquisador, é cedo para fazer previsões sobre possíveis alterações climáticas devido à falta de todos os dados necessários. Entretanto, todos os climatologistas estão afirmando que a cada ano os fenômenos climáticos se tornam cada vez mais extremos. “Anomalia é a nova normalidade”, ressalta Proshutinsky.