Por tabata.uchoa
A produtora Patrícia Dantas segue um programa individual indicado pela nutricionista e vê resultadosDivulgação

Rio - Macarrão, macarrão e mais macarrão. Há pouco mais de um ano, este era basicamente o cardápio dos almoços da produtora Patrícia Dantas, de 32 anos. Apesar de montar pratos bem servidos, ela nunca se satisfazia — e o pior, sempre se sentia cansada, com sono, e seu cabelo caía em abundância. “Era uma fome que não acabava mais”, contou ela.

Foi só quando se consultou pela primeira vez com uma nutricionista que Patrícia descobriu que sofria da Síndrome da Fome Oculta, a carência de determinados nutrientes no organismo. Ou seja, mesmo que você bata um pratão e ingira grande quantidade de calorias, seu corpo vai continuar indicando que não está saciado. O que falta são nutrientes.

“As pessoas costumam se alimentar pensando nos macronutrientes: as proteínas, os carboidratos e os lipídios. Mas também precisamos de vitaminas e minerais, os micronutrientes”, explica a especialista em nutrição Paula Viana, da Academia FitClub, em Vila Isabel.

Estimativa da Organização Mundial da Saúde aponta que uma em cada quatro pessoas tem fome oculta. Inicialmente, os sintomas são silenciosos: além de cansaço, sonolência e queda de cabelo, pode haver maior tendência a infecções. A longo prazo, os danos à saúde podem ser maiores, dependendo do nutriente em carência. A falta de vitamina D e cálcio, por exemplo, pode acarretar osteoporose. Níveis baixos de vitamina B12 podem acabar causando danos graves ao sistema nervoso, contou Paula Viana.

A recomendação de montar um prato bem colorido é garantia de manter a fome oculta longe. Frutas e hortaliças são fundamentais, mas também é importante diversificar ao máximo os alimentos para oferecer a seu organismo o máximo de nutrientes possíveis.
Suplementos vitamínicos nem sempre são recomendados, pois cada corpo tem uma necessidade nutricional diferente — além disso, a interação de um nutriente com o outro também deve ser observada.

A produtora Patrícia Dantas segue um programa individual indicado pela nutricionista e vê resultadosDivulgação

“Quando colocamos um alimento que contém vitamina C, como laranja, como sobremesa, junto a uma refeição que contenha ferro, como feijão, favorecemos a absorção do ferro. Mas o contrário também pode ocorrer com o cálcio e o ferro, onde um atrapalha a absorção do outro. Não é indicado, por exemplo, tomar iogurte como sobremesa após o almoço”, alerta a nutricionista Bruna Lyrio, da Clínica Tostes.

É preciso tomar cuidado com a carga de exercícios. “Um exagero essa prática sem a alimentação correta pode desencadear carência nutricional”, explica Gisele Paiva, nutricionista da Clínica DrummonDermato. Patrícia aprendeu e conta o que foi seu almoço no dia, a resposta não poderia ser mais variada: “Arroz integral, abóbora, couve, alface, rúcula, cebola roxa, tomate e frango”.

NÃO DEIXE FALTAR NO SEU PRATO

VITAMINA B12
Vegetarianos e veganos devem prestar atenção especial ao consumo de vitamina B12. Ela é encontrada na proteína animal, ou seja, em carne, ovos, leite e derivados. Suplementos vitamínicos manipulados ajudam.

FERRO
O ferro costuma ser um nutriente pouco absorvido, pois interage mal com o cálcio. “É um nutriente pouco biodisponível. As leguminosas, como o feijão, têm fama de ter bastante ferro, mas os vegetais verde escuros têm o maior aporte do nutriente”, explica a nutricionista Paula Vieira.

VITAMINA D E CÁLCIO
Mulheres na menopausa devem ficar especialmente atentas à falta de vitamina D — muito escassa em alimentos. “Em muitos casos, o que resolve é a exposição ao sol”, conta Paula. Como é lipossolúvel, a vitamina é melhor absorvida com alimentos gordurosos. Além disso, é preciso aumentar a ingestão de cálcio, presente no leite.

IODO E VITAMINA A
A deficiência desses dois nutrientes são priorizadas pela Organização Mundial da Saúde. A vitamina A é encontrada no leite e derivados, cenoura, agrião, espinafre, manga. É possível encontrar iodo nas algas marinhas, salmão, castanha do Brasil e quinoa. A vitamina A, junto com as vitaminas C e E, cobre, selênio e zinco, é ainda mais exigida no corpo dos atletas, por isso eles devem complementar esses nutrientes.

Reportagem da estagiária Alessandra Monnerat

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