Por rodrigo.sampaio

Rio - A imprensa internacional deu destaque nesta quinta-feira aos protestos realizados por centrais sindicais contra Michel Temer. Os veículos de notícias repercutiram de maneira negativa a decisão do presidente em autorizar o uso das Forças Armadas para conter os manifestantes após confronto com a polícia nesta quarta.

O jornal americano The New York Times destacou uma frase do ministro da Defesa, Raul Jungmann, que afirmou que Temer agiu corretamente ao autorizar o decreto, e relembrou que as última vezes que o fato havia acontecido foi durante o período da Ditadura Militar.

Jornal inglês The Guardian publicou editorial em apoio às "Diretas já". Reprodução

O períodico chamou Michel Temer de político "centrista que guinou para a direita" e ressaltou que apesar das manifestações ele deve continuar pressionando seus aliados para votarem a favor de "inpopulares medidas de austeridade". O jornal também reforçou as denúncias feitas por Joesley Batista, dono da JBS, que gravou uma conversa com o presidente em uma visita fora da agenda oficial no Palácio do Jaburu.

O diário de notícias espanhol El País informou que "o Brasil está mergulhado em uma crise política que transformou Brasília num campo de batalha entre policiais". O jornal destacou também que ao menos 49 pessoas ficaram feridas no ato e que os manifestantes que pediam a saída de Michel Temer gritavam por "Diretas já". Segundo o El País, a manifestação foi uma das maiores já vistas no país desde o impeachment da Fernando Collor, em 1992.

Já o The Guardian publicou um editorial onde fez uma análise do momento vivido pelo Brasil, afirmando que os políticos que derrubaram Dilma Rousseff se demonstraram "hipócritas" ao continuar apoiando Michel Temer após as denúncias de Joesley Batista, e estão completamente sem crédito com a população.

A publicação do veículo britânico fez questão de apontar que a crise no governo está fazendo crescer uma "perigosa" extrema-direita liderada pela figura do deputado Jair Bolsonaro. Ao final do texto, o jornal afirma que apoia as eleições diretas: "Eles deviam deixar os 143 milhões de eleitores dizerem como gostariam de sair dessa (crise política)".

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