Por julia.sorella

Niterói - Era 1991 quando o arquiteto Oscar Niemeyer foi a Niterói a convite do então arcebispo da cidade, Dom Carlos Alberto Navarro. O religioso queria erguer na cidade uma catedral com os traços do mestre da arquitetura. O terreno cedido pela prefeitura para abrigar o templo, porém, ficava num local ermo no Centro, à beira da Baía de Guanabara. A vista, no entanto, encantou Niemeyer e o inspirou a criar uma das suas obras preferidas: a Catedral de São João Batista.

Vinte e três anos depois, o primeiro projeto de Niemeyer para a região acaba de sair do papel para se juntar às outras obras do arquiteto no Caminho Niemeyer. Também durante esse período, aquela região visitada pelo arquiteto deixou de ser um local abandonado e passou a ser ‘habitado’ por várias de suas obras, concebidas, porém, muitos anos depois da catedral.

O projeto da Catedral nasceu de uma conversa do arcebispo Navarro com o arquiteto Oscar Niemeyer Divulgação

“Foi nessa época que começou, então, a história do Caminho Niemeyer. A catedral foi a precursora de tudo ali”, revelou Adriano Carneiro, um dos responsáveis da Arquidiocese pelo projeto.

O local onde será construída foi demarcado com uma cruz, a terraplanagem está sendo feita e o terreno começará a ser cercado mês que vem. A obra será duas vezes mais alta que o Cristo Redentor do Rio e quatro vezes maior que o Museu de Arte Contemporânea (MAC), no Ingá, também de Niemeyer. Ela terá capacidade para cinco mil pessoas e está orçada em R$ 40 milhões.

Adriano Carneiro e Dênis Carneiro tocam projeto da ArquidioceseEstefan Radovicz / Agência O Dia

“Esse valor é apenas uma estimativa porque ela vai custar menos. Estamos recebendo muitas doações e há profissionais trabalhando sem nos cobrar”, explicou ele. O interior da catedral chegou a sofrer modificações, mas o exterior foi mantido no original. A construção vai abrigar ainda um centro cultural e terá altar externo numa área com capacidade para 15 mil pessoas. “É, sem dúvida, uns dos projetos que ele mais gostava. Sempre comentava sobre o desenho com muito entusiasmo. Niemeyer ia gostar muito de vê-la construída”, contou o responsável pelo escritório Niemeyer, Jair Valera.

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