Por paulo.gomes
Elizângela foi encontrada agonizando na Estrada do Ititioca, no último dia 21 de setembroReprodução

Niterói - Sheila Cristina Silva Teixeira, de 37 anos, acusada de participação na morte de Elizângela Barbosa, durante a realização de um aborto, em Niterói, na Região Metropolitana, se entregou na noite de terça-feira, na Divisão de Homicídios (DH) de Niterói e São Gonçalo. Filha de Ligia Maria Silva, apontada como a líder da quadrilha e que foi presa na segunda-feira.

Além de Sheila e Ligia, o enfermeiro e agenciador da quadrilha, Rildo José Medeiros dos Anjos, está preso. Agora os policiais seguem procurando por Wagner Silva, de 27 anos, que também é filho de Ligia e segue foragido. Segundo a DH, ele forjou a interceptação de um bando armado e o socorro à Elizângela na Estrada de Ititioca, em Niterói.

Assustado com a gravidade da situação, Wagner disse que criou a farsa de que um bando o havia interceptado na Estrada de Ititioca e o obrigado a levá-la para o hospital. Ela chegou morta ao Hospital Estadual Azevedo Lima, no dia 21 do mês passado.

De acordo com o delegado da especializada, Adilson Palácio, Ligia — que se apresentou na delegacia com o seu advogado — confessou que injetou um medicamento em Elizângela para o procedimento de aborto.

Quadrilha montou farsa para se livrar de corpo após aborto

Segundo depoimento, Elizângela chegou à casa no sábado, dia 20, quando à noite Ligia injetou um medicamento na gestante e esperou fazer efeito dormindo na mesma cama com a vítima. O feto foi expelido no domingo pela manhã e jogado no lixo. Durante a tarde, ela começou a ter muito sangramento e os criminosos se desesperaram. No laudo do IML, foram detectadas perfurações no útero e no intestino da vítima, mas Ligia negou outros procedimentos além da injeção.

O auxiliar de enfermagem Rildo José Medeiros dos Anjos e Maria Silva%2C apontada como líder da quadrilha%2C foram presos na última segunda-feiraSeverino Silva / Agência O Dia

Rildo, que é auxiliar de enfermagem, era o responsável também por agenciar as grávidas interessadas em realizar aborto. Ele foi preso em Maricá, Região Metropolitana. Ele confessou que há seis meses já havia indicado a esposa de um vizinho para fazer aborto no local. Além dos dois presos, participaram do aborto de Elizângela os filhos de Ligia, que disse ter começado a praticar o ato ilegal há 20 anos, quando realizou o seu próprio aborto.

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