Niterói - O que você só ouvia nos anos 80 na Fluminense FM agora também vai poder ver. A Maldita saiu dos auto falantes da rádio, no Centro de Niterói, e das páginas do livro ‘A Onda Maldita’, para a telona. A história da rádio brasileira mais rock and roll de todos os tempos e do seu criador, o jornalista Luiz Antonio Mello, o Lam, que também é autor do livro, vai virar um filme e um documentário. O longa será estrelado por Marjorie Estiano. A estação foi responsável por lançar os maiores nomes do rock nacional como Legião Urbana e Paralamas do Sucesso.
‘A Onda Maldita’ é uma adaptação romanceada e bem humorada da obra de Luiz Antonio e do lançamento da rádio até o Rock in Rio de 1985. No roteiro, do niteroiense L.G. Bayão, de 37 anos, o personagem do jornalista — o ator ainda não foi definido — se apaixona pela locutora da rádio Alice, interpretada por Marjorie. A produção começa no segundo semestre de 2015 e o lançamento está previsto para 2016.
“Sou fã da rádio. Cheguei a deixar lá uma fita demo da banda que eu tinha na época, a Barnuts. Lendo o livro vi que ali tinha um filme. Imagina dois caras duros, o Luiz Antonio e o Samuca (Samuel Weiner Filho, fundadores da rádio) apaixonados por rock querendo montar uma rádio e essa ideia dá certo? Isso é muito engraçado. A história dele é incrível”, diz Bayão, que é roteirista também do “Minha Fama de Mau”, sobre Erasmo Carlos, e de “Irmã Dulce”, que conta a história da freira indicada ao Prêmio Nobel da Paz, a ser lançado dia 27 de novembro.
E é claro que o filme será rodado em Niterói. Uma das locações é a rodoviária, em frente ao prédio da extinta rádio e que pouco mudou desde aquela época. Mas a maior parte do longa vai ser rodada num cenário reproduzindo o estúdio da Maldita. E, com ares de super produção, as filmagens preveem ainda a reprodução do Rock in Rio de 1985.
A direção de ‘A Onda Maldita’ é de Tomás Portella (Qualquer Gato Vira Lata, e outros filmes) e a produção, de Renata Magalhães, mulher do cineasta Cacá Diegues, da produtora Luz Mágica. “O filme vai levar a Fluminense FM a pessoas que não a conheceram e também a quem sente saudade da rádio e quer saber muito mais sobre ela. A rádio de Niterói agora é do mundo. Estou satisfeito com os resultados”, comemora Luiz Antônio.
Paralamas e Legião estarão presentes
A Fluminense FM fez parte da vida de Renata Magalhães. “Foi a primeira rádio ‘rock'n'roll que lançou uma geração de músicos. Além disso, foi o momento da abertura política, quando tudo seria possível. Uma época incrível”, diz ela.
Já o documentário ‘Maldita FM’, de Tetê Mattos, está em fase de finalização. Há depoimentos dos participantes da rádio, dos Paralamas, do Dado Villa Lobos, da Legião; e até de ouvintes, e cenas raras de shows em VHS. “Dedico o sucesso a equipe que colocou a rádio no ar, especialmente os saudosos Samuel Wainer Filho, Carlos Lacombe e Alex Mariano”, esse último morto no ano passado em um assalto em Niterói.