Por marina.rocha
Pedro Bevilacqua atravessa a Baía de Guanabara de barca%2C mas faz todo o restante do trajeto até o trabalho de skate Alexandre Vieira / Agência O Dia

Niterói - Seja como meio de locomoção para o trabalho ou apenas para um ‘rolé’ no fim de tarde, as 'rodinhas' parecem ter caído de vez no gosto dos niteroienses e ganham, a cada dia, mais espaços na cidade. De uns tempos para cá, se tornou comum encontrar pessoas de skate ou patins pelas ciclovias que interligam os bairros de Niterói ou nas áreas de lazer, algumas criadas recentemente, como o Teatro Popular, no Centro. A moda é se equilibrar e se divertir da melhor forma e, de quebra, ainda apreciar paisagens de tirar o fôlego.

Há algum tempo, a orla de Piratininga, por exemplo foi ‘invadida’ por adeptos dos esportes sobre rodinhas. Após muita insistência e a consequente liberação de um trecho da pista aos sábados, domingos e feriados, o local se transformou em destino certo para quem pretende deslizar sobre o asfalto.

“Isso representa poder praticar atividade ao ar livre, sem perigo e com paisagem. Pra mim é a combinação ideal. Tanto que surgiu uma oportunidade para morar em Piratininga e um dos pontos de influência é estar ao lado desta área de lazer, que agora faz parte de alguns dos meus finais de semana”, revela Maria Fernanda Louzada, 31 anos, praticante de patins.
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Entre uma manobra e outra, é bem provável que a jornalista já tenha esbarrado com Teo Cury, 32, na orla de Piratininga. Morador da Região Oceânica, o advogado costumar andar de skate junto da namorada para ‘curtir o visual’. “É mais uma opção de lazer, ainda mais para o verão. Acho que a prefeitura pode continuar asfaltando as ruas, até para que o skate seja mais um meio de transporte. Estou vendo muita gente comprando, muitas meninas”, sugere Teo.
Mas a previsão do advogado já vem se concretizando. Entre as ciclovias dos bairros de São Francisco, Charitas e Icaraí é comum notar a presença de skatistas ‘arrumadinhos’. Em camisas pólo ou calças sociais, o ‘carrinho’, apesar do esforço, vem ganhando ares de eficaz meio de transporte diante da perda de tempo no trânsito.
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“Hoje em dia saio de casa, em São Francisco, e, de skate, em menos de 10 minutos estou na estação Charitas. Talvez gaste um pouco menos de tempo de carro, mas perco outros minutos procurando vagas. No Rio é que ganho mais tempo, pois chego à Avenida Chile em outros poucos minutos”, explica o geólogo Pedro Bevilacqua, 30, que completa: “Sem contar que estou me exercitando e tirando um carro a mais no trajeto até o Rio”.
Além de servir como entretenimento%2C esporte ajuda a entrar em formaReprodução Internet

Duas opções para manobras

Além dos espaços existentes, as galeras do skate e patins também ganharão, em breve, duas novas opções para realizar suas manobras radicais: o Skate Park, na Praça José Martí, e antiga pista da ‘Neltur’, ambas em São Francisco.

Com investimento de R$ 1,2 milhão, o Skate Park vai ocupar uma área de cerca de 2.5 mil metros quadrados e contará com equipamentos como Skate Plaza (espécie de praça com uma série de obstáculos), Bowl (piscina seca para manobra), além de rampas, banheiros e espaço para o público acompanhar eventos.

O prazo para conclusão das obras, divulgado em agosto, já está próximo do fim. Já as obras de revitalização da antiga pista, que fica em frente ao Praia Clube São Francisco, estão em pleno vapor.

Ainda faltam espaços para praticar em dias chuvosos

Um dos principais idealizadores do ‘Roler Popular’, que acontece no Caminho Niemeyer, no Centro, e o ‘Rolerzão’, que acabou sendo decisivo para a criação da faixa exclusiva em Piratininga, Nuba Princigalli acredita que algo a mais ainda pode ser feito.

Teatro popular é um dos melhores locais para patinar e admirar a vistaDivulgação

Para isso, o administrador de sistemas ainda elabora projetos para utilização de espaços fechados ou amplos para patinadores e skatistas. “Nossa ideia é buscar um espaço onde possamos patinar em dias de chuva e outro onde possamos praticar velocidade”.

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Apontado como um dos principais articuladores do simples “direito de poder patinar” através do grupo Patins Niterói, que já conta com mais de mil internautas, Nuba sabe que as conquistas já podem ser comemoradas.
“Antes íamos para Volta Redonda, Madureira e Ipanema. Agora temos nosso espaço. Além disso, com asfalto de qualidade, podemos inserir o patins no dia a dia. Tudo o que conquistamos foi na raça, na nossa vontade”, disse.
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Os encontros no Teatro Popular ocorrem às quartas, à noite, e sábados, à tarde.
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