Por paola.lucas
Niterói - Como bem disse Vinícius de Moraes, ‘O meu tempo é quando’. E para quem acha que é preciso ter idade para fazer isso ou aquilo, dona Maria Artony, nadadora master e remadora aos 65 anos faz lembrar o seguinte: “Importante mesmo é o meu tempo e a disposição que tenho de sobra”. Ela que já fez travessias em alto mar, agora se rende à canoagem havaiana, modalidade que cresce por aqui, principalmente entre a turma da terceira idade.
Um dos maiores benefícios da canoa havaiana é o convívio entre os atletas. É preciso ter companheirismo para remar em grupo com sincroniaarquivo pessoal

Em Niterói funcionam seis escolas com cerca de 500 praticantes ao todo. E acreditem, a maioria dos esportistas tem de 40 a 70 anos. 

Foi por intermédio de amigos que Maria Artony conheceu a modalidade. “Fiquei um pouco receosa, mas para além da atividade física, a canoagem me proporciona um convívio social muito prazeroso”, conta a remadora, que começa seus treinos bem cedinho, às 6h30 no clube Niterói Hoe, em Charitas.

Por ser uma atividade ao ar livre, que proporciona bem estar e estimula o companheirismo, a canoagem havaiana permite a essa faixa etária um envelhecimento com mais qualidade de vida, explica a professora de psicologia do esporte, Daniele Muniz. “Acaba sendo uma ferramenta importante para o bem estar físico e mental. E ainda permite fazer novas amizades”, diz.
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Como é um público que exige maior atenção da parte técnica, Daniela aconselha buscar boas referências na hora de escolher uma escola. Além de visitas regulares ao médico para evitar lesões por esforço repetitivo.
Treinador do Niterói Hoe e também presidente da Federação Estadual de Canoagem Havaiana, Helio Teixeira faz percursos de 5km a 38km com sua equipe. “Nosso maior trecho vai de Charitas a Itacoatiara. São 4h de remada com pausas a cada 30 minutos”, conta.
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Para os iniciantes os percursos são mais curtos. Teixeira explica que esse condicionamento é fundamental para a evolução da prática.
Diferente da canoagem que está no quadro olímpico, a havaiana não exige que o praticante se arrisque em corredeiras. Do lado de cá da Baía, as aulas acontecem em praias de águas calmas e pode ser praticado por grupos de até seis pessoas. E a maior exigência para a prática é mesmo disposição e o bom entrosamento.

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Reportagem de Paola Lucas