Por helio.almeida

Rio - O desempenho negativo das empresas de Eike Batista deixou frustado quem esperava que o dono do Grupo EBX conseguiria resultados bem melhores que os apresentados recentemente, disse nesta quinta-feira o presidente da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), Edemir Pinto, após a abertura do 6º Congresso Internacional de Financeiro e de Capitais, em Campos do Jordão. Pinto afirmou que a atuação das "empresas X" não manchou a imagem da instituição no exterior.

Eike BatistaReuters

“Não acredito que manchou, não tenho ouvido isso de investidores estrangeiros. Isso acontece em projetos pré-operacionais. Na verdade, a gente também se frustrou. O Eike, dada a condição de empreendedorismo que ele tem, a gente fica frustrado", disse. "Obviamente, esse resultado não era o que ele imaginava, não era o objetivo dele”, completou, após a abertura do 6º Congresso Internacional de Financeiro e de Capitais, em Campos do Jordão.

"Eu coloco que há uma frustração nesse sentido. Ele chegou a ser eleito o maior empreendedor do mercado brasileiro. Isso deixa essa frustração. É lamentável isso que aconteceu, mas não estava no radar do próprio Eike”, completou.

Saiu da lista dos 100 mais ricos

Eike não está mais entre os cem homens mais ricos do mundo. Segundo a lista da agência de notícias Bloomberg, atualizada diariamente, Eike teria perdido US$ 300 milhões (R$ 595 milhões) após a queda nas ações de sua empresa, a OSX, na quarta-feira. Em 2012, ele chegou a integrar as dez primeiras posições do ranking.

O empresário Eike Batista não é mais bilionário, segundo a Bloomberg, agência de notícias que mede diariamente a variação do patrimônio dos homens mais ricos do mundo. Segundo a empresa, Eike, que já chegou a possuir uma fortuna de US$ 34,5 bilhões, acumulou pelo menos US$ 2 bilhões em dívidas pessoais (conheça as empresas de Eike) .

Após a saída de Eike Batista da lista de bilionários e com a desconfiança de acionistas sobre o cumprimento dos compromissos do empresário, agora é a vez de uma das mais renomadas revistas de economia criticar o homem do Grupo EBX. Eike foi chamado pela Forbes de "o maior perdedor do Brasil".

"(As empresas do Grupo EBX) perderam mais dinheiro do que qualquer outra companhia listada na bolsa de valores brasileira", afirma o início do texto, entitulado “Brazil's Biggest Loser”, em referência ao reality show sobre perda de peso “The Biggest Loser”. "Seria melhor se ele estivesse tentando perder peso", disse.

Mais tempo para pagar dívidas

Duas companhias do empresário pediram a prorrogação do prazo de vencimento de um empréstimo feito ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Uma negocia o pagamento de quase R$ 400 milhões e a outra R$ 518 milhões, ambas até 2014.

A OSX, empresa de construção naval do Grupo EBX, precisa pagar no ano que vem R$ 399,999 milhões concedido em 2011. LLX, empresa de logística responsável pela construção do Porto do Açu, também está em negociações para pagar R$ 518 milhões até setembro de 2014.

Empresas com alto nível de calote

Acostumado em estar no ranking dos homens mais ricos do mundo, Eike Batista participa em outra lista: o das empresas com risco de calote. O bilinário teve sua companhia petrolífera OGX classificada como "alto risco de inadimplência", segundo a escala da agência Standard & Poor's (S&P), em comunicado aos invstidores.

A queda ocorre após as ações da companhia petrolífera OGX acumular perdas de mais de 55% do valor na Bolsa de São Paulo (Bovespa). A nota de crédito da OGX passou de B- para CCC. Com uma perspectiva "negativa", a S&P concedeu a mesma qualificação à OGX feita pela agência Fitch no dia 14 de junho.

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