Rio - O fim de uma era. O downsizing, termo associado a tendência de redução de potência dos motores sem comprometer o desempenho, impera agora sobre a Fórmula 1. Numa era onde a indústria automotiva trabalha para figurar como amiga do planeta, o desenvolvimento de propulsores obedece aos predicados de redução de consumo e emissões de gases poluentes.
A regra do consumo de combustível também prevaleceu. Os gases do escapamento, ao invés de simplesmente serem descartados, passaram a ser usados para reduzir a turbulência, assim como parte da energia gasta na propulsão do F1 retorna como ganho de potência, no sistema batizado de KERS.
Os quase 800 cv de potência da era V8 serão substituídos por trens de força de 600 cv dos novos V6 turbo — a compensação ficará a cargo dos sistemas de recuperação de energia. Os blocos sairão apenas da Mercedes-Benz, Renault e Ferrari. Vale ressaltar que os motores turbinados não são iniciantes na categoria. Lá na década de 1970, eles equipavam os carros do grid. Foram vetados em 1989, quando a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) mudou o regulamento da competição.
As mudanças visam devolver ao motor o cargo de protagonista do esporte ao mesmo tempo que se cumpre a parcela da sustentabilidade. Sai de cena o ronco característico, mas podem voltar aqueles emocionantes embates.