Rio - Ele não é o mais possante, nem tem os maiores recursos, nem faz as melhores curvas, mas, sem dúvida, é um fenômeno de imagem. O sonho de qualquer marqueteiro ao qual me refiro é o Chevrolet Camaro Conversível, que foi ‘pilotado’ por nós por alguns dias no Rio de Janeiro. Os meninos skatistas babaram. “Que demais” e receberam de volta a resposta: “este é o meu skate”. Idem para outras crianças, frentistas, enfim, todos queriam ver e tirar uma foto do conversível amarelo de linhas classudas que enfeitava as ruas da cidade. “O carro, sem dúvida, é muito bonito”, exclama um senhor à bordo de um comportado Mercedes Classe C preto, em um posto de gasolina.
Design forte
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A silhueta imponente, enormes rodas e o ronronar discreto do motor V8 é para os indiscretos. A capota, que pede força para destravar, fica aberta para os ousados. Para os abastados, o cheque cheio de zeros. Um Camaro Conversível como este, V8 SS topo de linha custa R$ 240,4 mil, que cabe na conta de muitas opções excelentes, mais tecnológicas, velozes e nem tão desejadas.
O Camaro expressa exatamente o sonho de consumo de muitos, principalmente das crianças, talvez por conta do merchandising no papel de Bumble Bee em Transformers. Mas não só isso. O fato é que todas as idades o apreciam. Os mais coroas trazem no passado dos ‘muscle cars’ a sua imagem, em retas enormes do deserto americano. A silhueta de capô longo com motorzão 6.2 litros de 406 cv e habitáculo curto com a diminuta janela traseira marcou época na história do automóvel, no tempo em que os americanos eram os ‘mocinhos’ e o chassizão com motor V8 beberrão eram símbolos de status e esportividade. Hoje, repaginado, usa câmbio de seis marchas com borboletas atrás do volante e tem todos os recursos de segurança da atualidade.
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Mas a imagem ficou marcada feito tatuagem e o carro hoje é idolatrado mais pelo que foi do que pelo que é. Nos EUA custa 33 mil dólares, uma diferença expressiva por conta do ‘custo Brasil’ e ‘lucro Brasil’, mesmo assim, acelerar com o vento como capota esse carro de linhas absolutas foi uma experiência prá lá de interessante.
