Por helio.almeida
Pernambuco - A vereadora do Recife Michele Collins (PP) se pronunciou contra a liberdade de direitos de casais homoafetivos. Em sessão da Câmara desta segunda-feira, ela criticou a decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que obriga os cartórios do Brasil a aceitarem celebrar casamento civil entre pessoas do mesmo sexo.
Vereadora do Recife Michele Collins (PP) diz que 'família corre perigo' e que 'está errada a mulher que deixa de ser submissa ao homem'Reprodução Internet

A vereadora reiterou que "defende valores da família tradicional" e é contrária ao "novo modelo de união". Para ela, "desde que o mundo é mundo o homem só pode procriar com mulher, e mulher com homem". A parlamentar disse, em tom de reclamação, que "o casamento homossexual valida e promove o estilo de vida homossexual".

A parlamentar afirmou ainda que "a família corre perigo", dizendo que "aqueles que adotarem crianças vão mostrá-las um conceito de educação diferente, com referências, comportamento e valores diferentes. Enfim, a criança é produto do meio", afirmou. "Homem com homem e mulher com mulher não é família".
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Mulher submisa ao homem
O vereador Henrique Leite (PT) chamou a atenção para o fato de que não há como conter o progresso social, ao defender a igualdade de direitos para homo e heterossexuais.
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"(Antes) a mulher não podia subir à tribuna para discursar, nem se eleger, nem votar. Mas, a partir da luta delas, hoje tudo isso é possível", afirmou, completando que só este avanço permitiu que a vereadora pudesse "defender seus princípios religiosos na tribuna".
Mas a vereadora rebateu afirmando que "o fato de uma mulher estar aqui na tribuna não muda o fato de ela ser submissa ao marido. Também está errada a mulher que, após conquistar seu direito e seu espaço, ela deixa de ser submissa ao homem. O homem está sim acima da mulher".
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Jayme Asfora, que este ano já pediu a reativação da Frente Parlamentar pelos direitos LGBT, também manifestou repúdio ao ato público contra o CNJ, que acontece nesta quarta-feira. O ato tem raízes nos grupos religioso e é liderado pelo pastor-popstar Silas Malafaia.
'Não há diferença jurídica'
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Já o vereador Jayme Asfora (PMDB) destacou a importância que todos os brasileiros tenham direitos iguais. "O STF disse, com todas as letras, que não há diferença jurídica entre as famílias formadas por um homem e uma mulher e as famílias formadas por dois homens ou duas mulheres".
O parlamentar ressaltou que as famílias não tradicionais já existem de fato. "Agora, todas devem estar sob a proteção do Estado", defendeu. "A Resolução é moderna e boa para sociedade", completa.
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O vereador André Régis (PSDB) destacou a laicidade do Estado Nacional e a "evolução do direito à dignidade da pessoa humana".