Por bferreira

Brasília - O empresário Marcos Valério Fernandes de Souza e o deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP) foram condenados ontem pela Justiça Federal do Distrito Federal por improbidade administrativa em processo relacionado ao escândalo do Mensalão. Pela decisão, Valério, considerado operador do esquema, perde os direitos políticos por 8 anos e está proibido de manter contratos com o poder público por 10 anos. O deputado também teve os direitos políticos cassados por 10 anos e também não poderá contratar com o poder público por 10 anos.

O processo tramita na área civil e foi motivado por ação do Ministério Público Federal. Para os procuradores, houve pagamento de vantagem indevida de R$ 50 mil a João Paulo, em 2003, à época presidente da Câmara dos Deputados, em troca de favorecimento à empresa de Valério em um contrato da Câmara. O dinheiro foi sacado por Márcia Regina Cunha, mulher do congressista, em uma agência do Banco Rural em Brasília.

Os réus também terão de pagar multa. Valério devolverá três vezes o valor (R$ 150 mil) e Cunha, R$ 50 mil. A decisão ainda cabe recurso.

Na causa ainda foram condenados Simone Vasconcelos, ex-funcionária de Valério, e os ex-sócios do empresário, Ramon Rollerbach e Cristiano Paz, além dos ex-dirigentes do Banco Rural, Kátia Rabello, José Roberto Salgado e Vinicius Samarane.

No julgamento do Mensalão, no Supremo Tribunal Federal, os ministros analisaram o mesmo caso e entenderam que Cunha recebeu vantagem indevida de Valério. O deputado foi condenado por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro. Valério, por corrupção ativa.

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