Por julia.amin

Brasília - O número de vagas preenchidas pelo programa Mais Médicos equivale a apenas 6% da demanda dos municípios por médicos, que atualmente é de 15.460 no País. Isso porque, dos 18.450 inscritos, somente 938 fizeram homologação e confirmaram participação na primeira fase do programa, de acordo com informações divulgadas pelo Ministério da Saúde em entrevista coletiva nesta terça-feira.

"Primeiro mês de seleção do MaisMédicos só reafirmou que faltam médicos na atenção básica do país. Quase mil médicos estarão trabalhando, a partir de setembro, em lugares onde não tinham médicos", explicou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Ministério da Saúde divulgou a lista de profissionais que confirmaram participação no Mais MédicosReprodução


O prefeito de Porto Alegre (RS) e presidente da Frente Nacional dos Prefeitos, José Fortunati, aproveitou a divulgação para criticar os profissionais que, mesmo com afalta de médicos, criticam a importância de profissionais de medicina do exterior.

"Os médicos não estão dispostos a atenderem a população nas periferias e nas regiões mais carentes. Neste momento de tantas discussão sobre ética também temos que discutir comportamentos éticos dos médicos", disse.

Distribuição dos inscritos

A região Nordeste foi contemplada com maior número de médicos, com um total de 372 profissionais direcionados a 203 cidades. A região Sul ficou com 107 médicos em 53 municípios, a Centro-Oeste com 99 participantes distribuídos em 22 cidades, a Sudeste com 216 do total de inscritos para 77 municípios e a Norte com 144 médicos em 49 municípios.

Os profissionais que se formaram no exterior e finalizaram o cadastro no Mais Médicos podem, a partir desta terça-feira (6), selecionar os municípios com vagas não ocupadas por brasileiros.

Perfil dos participantes

O Ministério da Saúde divulgou ainda que 71% dos profissionais que fizeram a homologação no programa se formaram em medicina nos últimos 10 anos. Além disso, 58,4% do total são homens e 41,6% são mulheres. Sobre a faixa etária, a pasta informou que 47,2% dos médicos do MaisMédicos têm entre 23 e 30 anos, enquanto que outros 25,5% têm entre 31 e 40 anos.

Por conta da baixa adesão, o ministro explicou ainda que o governo federal também dará oportunidade aos médicos que selecionaram municípios, mas não homologaram participação.

O programa Mais Médicos, lançado pela presidente da República, Dilma Rousseff, no dia 8 de julho, integra um pacto de melhoria do atendimento aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) na tentativa de acelerar os investimentos em infraestrutura nos hospitais e unidades de saúde e ampliar o número de médicos nas regiões carentes do país. Os médicos participantes receberão bolsa federal de R$ 10 mil, paga pelo Ministério da Saúde, mais ajuda de custo, e farão especialização em Atenção Básica durante os três anos do programa.

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